
É importante dominar a linguagem cinematográfica para identificarmos a ideologia de gênero nas escolhas das cenas e na forma da câmera se posicionar para dar um efeito que não é meramente estético, mas, ideológico. Não é para cumprir o propósito de entreter (aliás esse discurso é altamente ideológico), mas para compor cenários que ajudem a reforçar estereótipos, como os de gênero. Com este raciocínio, penso como uma cena pode focalizar duas pessoas, um homem e uma mulher, por exemplo, materializando semioticamente as performances de gênero, seja mantendo o já estabelecido ou alterando-o, e quais os recursos usados para cumprir este propósito.
As cenas românticas, por exemplo, estão permeadas de fotografias-clichês. Basta assistirmos aos filmes de faroeste dos anos 50, nos quais os homens aparecem em posição mais elevada e as mulheres em posição mais abaixo, para vermos as estratégias usadas para direcionar comportamentos forjados pelas cenas. Os atores precisam ser mais altos que as atrizes, pois ocupar na tela um nível mais alto produz um efeito no espectador de mais importante ou, ainda, no caso dos homens em relação às mulheres, o que tem o papel de "proteger". Segundo Joseph Mascelli, em seu livro Os Cinco Cs do Cinema, "os homens podem parecer mais viris quando filmados de ângulos um pouco mais baixos, com a câmera apontando para cima". Na linguagem de cinema esta posição é chamada de contraplongê. Se observarmos bem, os filmes de ação, principalmente os que trazem os super-herois, estão permeados de imagens captadas desta posição, de baixo para cima. Uma imagem exemplar é a do Demolidor estrelado por Ben Afleck ou então da Mulher-Gato papel vivido no cinema por Halle Barry.
As cenas românticas, por exemplo, estão permeadas de fotografias-clichês. Basta assistirmos aos filmes de faroeste dos anos 50, nos quais os homens aparecem em posição mais elevada e as mulheres em posição mais abaixo, para vermos as estratégias usadas para direcionar comportamentos forjados pelas cenas. Os atores precisam ser mais altos que as atrizes, pois ocupar na tela um nível mais alto produz um efeito no espectador de mais importante ou, ainda, no caso dos homens em relação às mulheres, o que tem o papel de "proteger". Segundo Joseph Mascelli, em seu livro Os Cinco Cs do Cinema, "os homens podem parecer mais viris quando filmados de ângulos um pouco mais baixos, com a câmera apontando para cima". Na linguagem de cinema esta posição é chamada de contraplongê. Se observarmos bem, os filmes de ação, principalmente os que trazem os super-herois, estão permeados de imagens captadas desta posição, de baixo para cima. Uma imagem exemplar é a do Demolidor estrelado por Ben Afleck ou então da Mulher-Gato papel vivido no cinema por Halle Barry.

A fotografia nos ajuda muito a analisar os componentes da linguagem cinematográfica, mas, é a cena em movimento que nos oferece mais elementos para análise de uma sequência e o do seu efeito. Assim, podemos entender melhor a cena em que o Coringa, em Batman, O Cavaleito das Trevas, vivido pelo excelente e finado Heath Ledger, gira em torno da personagem feminina, com movimentos da personagem e da câmera que produzem o efeito de alguém que está tentando envolver outro, dominar quem está dentro do seu círculo. É de uma violência extraordinariamente sutil. O espectador sente isso porque a câmera, mesmo em posição objetiva, ora aproxima-se das personagens mostrando-as em close up ora se afasta para captar o cenário, com câmera em posição plongê. No meio desta cena estonteante, aparece Batman para cortar, interromper o estado de letargia em que todos se encontram. A cena dura alguns minutos, mas o suficiente para produzir um efeito de torpor no espectador. A mulher se encontra indefesa no centro do círculo, resgatada pela presença do homem-morcego. O que os recursos cinematográficos fazem é manter o tempo de transferência do espectador no filme, evitando que ele se distraia ou pense. São filmes que explodem na tela, numa profusão de movimentos rápidos, intensos que mal dá para pensar, que dirá analisar os detalhes, somente sentir, mas uma sensação agressiva, sem calma ou tempo para um êxtase.