terça-feira, 14 de setembro de 2010

UM FILME FEMINISTA PERDIDO NA MEMÓRIA

Há um filme feminista que assisti há quase dez anos, mas não me lembro o nome. Sempre que me encontro com algum cinéfilo, acabo contando um trecho para ver se a pessoa consegue se lembrar. E antes que o filme se perca definitivamente na minha memória ou ela trate de distorcê-lo demasiadamente, compatilharei com vocês o trecho assistido. Quem sabe algum de vocês já não tenha visto?

O filme é do gênero ficção científica. Lembro-me que o cenário era composto por uma terra quente, árida, sem vegetação, habitado apenas por pequenas tribos formadas por mulheres. Cada tribo vivia de uma riqueza natural, além de ser chefiado por uma mulher, uma delas a protagonista, uma anciã. Certo dia chega um homem e uma das tribos o acolhe. A partir daí tudo se modifica: ele tenta se envolver com uma das personagens, que já tinha um relacionamento, provocando conflito entre elas, e tenta, ainda, roubar a riqueza das outras tribos, provocando a discórdia entre elas (e pensar que as mulheres levaram, por séculos, a pecha de destruidoras da humanidade).

No final, lembro-me que a anciã o expulsa daquela região, depois de tantos malefícios, e enuncia algo do tipo: eu conheço a sua espécie. Enquanto ela olha o homem se afastando, aparece a imagem de uma jovem que se alterna com a dele, em outro momento histórico. O que me fez entender que ambos tinham tido algum contato anterior quando ela era jovem e, como ele permaneceu com a mesma imagem, concluí que ele havia sido congelado.  Então ele diz que não estava sozinho, que além dele havia mais 12 (acho que a quantidade era essa) espalhados para reconquistar o mundo. O filme termina com a câmera focalizando ele de costas, sendo banido.

Este final dá a entender que os homens ocupavam o poder em um dado momento histórico e que o momento do filme seria a tentativa de reconstrução do mundo pelas mulheres, um mundo destruído, quase desabitado, sem vegetação, sem animais, árido, e que as poucas mulheres resolveram se organizar para reconstrui-lo. E neste momento, quando elas já estão fortalecidas, aparece um homem para desestabilizar com os métodos já conhecidos: infiltração, incitação de disputas, usurpação, guerra.

O filme é claramente anti-patriarcal e sumiu das telas de TV. Na época, assisti quando tinha NET 

2 comentários:

  1. Professora, tem um espetáculo em cartaz chamado: “MPB Mulher Popular Brasileira”, trata-se de uma comédia sobre as músicas brasileiras cuja temática é a mulher. Quando li lembrei de você...

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  2. Oi, Milena
    Eu ainda não fui ver. Você já?
    Imagino que deva ser bem "leve"... uma homenagem, não?

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