tag:blogger.com,1999:blog-45714592248800347122024-03-13T15:18:04.584-03:00Mulher e CinemaLúcia Leirohttp://www.blogger.com/profile/16329739907951169909noreply@blogger.comBlogger148125tag:blogger.com,1999:blog-4571459224880034712.post-73124085358833091432017-08-24T14:44:00.000-03:002017-08-24T14:55:01.890-03:00A ética e o mérito nas produções acadêmicas<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-OO9YH2buuQk/WZ8RPq1PiDI/AAAAAAAAEfw/lf65SHBh8u0um33g1IZpT7hNRyox14lJgCLcBGAs/s1600/fam%25C3%25ADlia-cinema.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="515" data-original-width="370" height="320" src="https://3.bp.blogspot.com/-OO9YH2buuQk/WZ8RPq1PiDI/AAAAAAAAEfw/lf65SHBh8u0um33g1IZpT7hNRyox14lJgCLcBGAs/s320/fam%25C3%25ADlia-cinema.jpg" width="229" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Em meio a tantas coisas que nos deixam tristes em nosso cotidiano, eis que nos deparamos com uma postura que muito nos faz acreditar em uma possível civilidade.</span></div>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Há uns dias, coloquei o meu nome completo no Google e me deparei com um livro sobre cinema que está parcialmente disponível na internet. Chama-se A FAMÍLIA VAI AO CINEMA, dos organizadores Inês Assunção de Castro Teixeira e José de Sousa Miguel Lopes. Na referência, havia uma citação a uma postagem feita neste blog.</span></div>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Obviamente que encomendei o livro para ler o artigo e ver como se dava a minha participação. Pude verificar que a minha contribuição tinha sido a postagem sobre o filme de Julie Costa-Grava, O AMOR NÃO TEM FIM, postado em 11 de novembro de 2011.</span></div>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Este gesto me fez pensar em várias coisas. Primeiro no alcance dos blogs, como ferramenta de circulação de ideias, e especificamente este blog. Segundo na ética, já que nem sempre as pessoas dão os créditos aos textos que leem na internet. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A ética talvez seja o ponto principal desta postagem. Muitas pessoas desistem de continuar a escrever em blogs porque os textos escritos não são creditados quando referenciados, gerando a simples apropriação, plágio, que em nada contribui para que este universo colaborativo se mantenha como potencial dialógico e interativo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Optei por este espaço porque era uma forma de tornar o conhecimento acessível, sem as mediações que encarecem a pesquisa, mas que tem uma fragilidade em sociedades que não sustentam em suas ações a ética e a honestidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Fiquei muito feliz com este fato e me reanimou a voltar a escrever nos blogs. Obrigada a Inês e José Miguel por esta aula de ética e de generosidade intelectual. Vou ler agora o artigo. </span></div>
<br />
<br />
<br />
<a href="http://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0/" rel="license"><img alt="Licença Creative Commons" src="https://i.creativecommons.org/l/by-sa/4.0/88x31.png" style="border-width: 0;" /></a><br />
O trabalho <span property="dct:title" xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/">A ÉTICA E O MÉRITO NAS PRODUÇÕES ACADÊMICAS</span> de <a href="https://mulherecinema.blogspot.com.br/2017/08/a-etica-e-o-merito-nas-producoes.html" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL" xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#">Lúcia Tavares Leiro</a> está licenciado com uma Licença <a href="http://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0/" rel="license">Creative Commons - Atribuição-CompartilhaIgual 4.0 Internacional</a>.<br />
Baseado no trabalho disponível em <a href="https://mulherecinema.blogspot.com.br/2017/08/a-etica-e-o-merito-nas-producoes.html" rel="dct:source" xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/">https://mulherecinema.blogspot.com.br/2017/08/a-etica-e-o-merito-nas-producoes.html</a>.<br />
Podem estar disponíveis autorizações adicionais às concedidas no âmbito desta licença em <a href="https://www.facebook.com/ltleiro" rel="cc:morePermissions" xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#">https://www.facebook.com/ltleiro</a>.Lúcia Leirohttp://www.blogger.com/profile/16329739907951169909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4571459224880034712.post-10196177296329374132017-04-07T18:15:00.001-03:002017-08-24T14:12:01.951-03:00Jonas: O Circo e o Cinema<div style="text-align: justify;">
Fui assistir recentemente ao filme J<b>onas e o Circo sem Lona</b>, um longa-metragem da cineasta baiana <b>Paula Gomes</b>. É um filme muito que narra a história de Jonas, um menino de 13 anos que sonha em ser artista de circo. Ele, assim como a sua mãe e avó, atuava no circo do tio dele. A ideia de ter seu próprio circo fez com que Jonas se juntasse aos amigos e, no quintal de sua casa, começasse a ensaiar e se apresentar para as crianças do bairro. É um filme que nos faz pensar nos sonhos que alentamos quando crianças e que as dificuldades da vida muitas vezes quando não impedem a sua realização torna o caminho mais doloroso. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O filme traz uma série de provocações no plano da linguagem cinematográfica. Ele rompe com a quarta parede,
fazendo com que os atores lancem o olhar diretamente para a plateia, envolvendo-a e chamando-a para um
compromisso, uma reflexão e uma transformação. É um filme que nos emociona em razão do uso desses recursos cinematográficos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por ser um documentário, o filme usa diálogos mais próximo à
conversa espontânea, com pouca intervenção guiada. O enquadramento em planos fechados e
em detalhes acentuam a dramaticidade e, embora as cenas sejam
"costuradas" para dar sentido, elas não obedecem a uma regra de
passagem de plano, como ocorre com as narrativas com as quais estamos acostumados a ver. <span class="text_exposed_show">É uma composição de quadros
sugestiva, que se aproxima da técnica da colagem, mas que não causa
estranhamento porque faz sentido no contexto apresentado. Os planos
fechados, quando demorados, produzem angústia, uma sensação de beco sem
saída, certa impotência diante das dificuldades que o menino passa. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="text_exposed_show">O sentimento de
impotência do personagem atravessa o écran e atinge o espectador que sai
da sala de exibição em suspense, atordoado, em um silêncio
constrangedor, com a história de Jonas (ou seria com a sua própria
história?), pois a história de Jonas é a história de muitos ou pelo
menos de uma boa parte das crianças nascidas em bairros da periferia e
que tiveram seus sonhos perdidos. O filme deixa em aberto o final e nos
provoca: Jonas terá o mesmo fim? Até quando a escola e os gestores
públicos vão continuar massacrando as artes e os sonhos? A voz do rádio
noticiando atos de violência urbana, drogas, apontam para uma saída: a
educação criativa, voltada para a realidade, e o apoio às artes por meio
de políticas públicas e privadas. Até quando vamos sabotar os sonhos de
crianças e adolescentes? Até quando iremos produzir adultos infelizes e
frustrados?</span><br />
<span class="text_exposed_show"> </span><br />
<span class="text_exposed_show">O filme é um convite ao sonho, à esperança e à solidariedade que nunca devem</span><span class="text_exposed_show"></span><span class="text_exposed_show"> deixar de existir entre nós. </span><br />
<span class="text_exposed_show"><br /></span>
<span class="text_exposed_show">Exibição no Cine Paseo e no Cine do Museu. </span><br />
<span class="text_exposed_show"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-oC9onwuoWkI/WOgA5DLGqGI/AAAAAAAAEVs/MxG7zVuEml8BmXo3pW0rbbARucqXPS_bgCLcB/s1600/Cr%25C3%25ADtica-Jonas-e-o-Circo-Sem-Lona.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://2.bp.blogspot.com/-oC9onwuoWkI/WOgA5DLGqGI/AAAAAAAAEVs/MxG7zVuEml8BmXo3pW0rbbARucqXPS_bgCLcB/s320/Cr%25C3%25ADtica-Jonas-e-o-Circo-Sem-Lona.jpg" width="320" /></a><a href="https://4.bp.blogspot.com/-fVl9yer9IhU/WOgAwhkmPKI/AAAAAAAAEVo/kgx9xuztB6cn7za0uXsZoBX91Nwcwh4YACLcB/s1600/jonas_e_o_circo_de_lona_filme_guia_fora_da_casinha.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="121" src="https://4.bp.blogspot.com/-fVl9yer9IhU/WOgAwhkmPKI/AAAAAAAAEVo/kgx9xuztB6cn7za0uXsZoBX91Nwcwh4YACLcB/s320/jonas_e_o_circo_de_lona_filme_guia_fora_da_casinha.jpg" width="320" /></a></div>
</div>
<a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/" rel="license"><img alt="Licença Creative Commons" src="https://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/4.0/88x31.png" style="border-width: 0;" /></a><br />
O trabalho <span href="http://purl.org/dc/dcmitype/Text" property="dct:title" rel="dct:type" xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/">Jonas: O Circo e o Cinema</span> de <a href="http://mulherecinema.blogspot.com.br/" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL" xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#">Lúcia Tavares Leiro</a> está licenciado com uma Licença <a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/" rel="license">Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional</a>.<br />
Baseado no trabalho disponível em <a href="http://mulherecinema.blogspot.com.br/" rel="dct:source" xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/">http://mulherecinema.blogspot.com.br/</a>.<br />
Podem estar disponíveis autorizações adicionais às concedidas no âmbito desta licença em <a href="http://mulherecinema.blogspot.com.br/" rel="cc:morePermissions" xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#">http://mulherecinema.blogspot.com.br/</a>.
Lúcia Leirohttp://www.blogger.com/profile/16329739907951169909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4571459224880034712.post-83885319274732664712014-09-23T18:22:00.001-03:002014-09-23T18:22:10.773-03:00VALENTE E O DESTINO DE UMA MULHER<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-odm8m_hVCfg/UAdNxoH16gI/AAAAAAAABqM/mA8mEbnfk4s/s1600/cartaz-filme-valente.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-odm8m_hVCfg/UAdNxoH16gI/AAAAAAAABqM/mA8mEbnfk4s/s320/cartaz-filme-valente.jpg" hda="true" height="320" width="216" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">É impossível não gostar de Merida, uma jovem escocesa ruiva que muito cedo aprendeu a gostar de viver sem as regras de bom comportamento feitas para as mulheres. Ela encontrava mais prazer em atirar flechas, montar cavalo, enfim viver uma vida fora das tarefas domésticas. O seu pai a estimulava a ser livre, contrariando a mãe que a queria casada. Merida não pensa em se casar, e o filme também não aponta para o que ela poderia ser, na verdade compete a ela traçar um outro caminho que ela não sabe ainda qual será, mas está convicta que não será o mesmo trilhado pelas mulheres que a antecederam.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: large;">A mãe de Merida não consegue entender isso e exige da jovem que se case. O conflito chega a uma situação limite que a jovem parte em busca de um feitiço que faça a sua mãe mudar de ideia. O feitiço acaba transformando a mãe em um urso, o maior inimigo dos clãs da região. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: large;">O processo que é mostrado para o espectador é uma árdua aprendizagem entre mãe e filha e ambas passam a se conhecer fora dos muros da casa, na floresta, símbolo do perigo e também da liberdade. A casa representa a cultura, onde as tensões de gênero são profundas. A floresta une as duas e nela a mãe aprende a ser menos exigente e rigorosa com a filha e consigo mesma e a filha aprende a compreender a mãe. Há uma cena muito interessante que Merida pede que a mãe experimente comer peixe cru e a mãe (no corpo de um urso) faz uma cara de nojo. Nesse momento, Merida se lembra das palavras da mãe quando ela não queria comer algo forçado e lhe retorna com as mesmas palavras. Colocar-se no lugar do outro, estimula a empatia entre as duas, e fazem com que se conheçam mais. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: large;">O feitiço só poderia se quebrar se a tapeçaria que trazia a imagem da família, que fora rasgada em um momento de fúria de Merida, fosse novamente unida, isto é, costurada. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: large;">No final, Merida realiza o contrafeitiço e a família se une novamente. A mãe menos vigilante quanto às regras, inclusive isso é mostrado através das vestes mais simples e penteado mais solto (ela usava um coque, mas depois prefere deixar os cabelos soltos) e até mais jovem. Mãe e filha passam a ser mais amigas, mais cúmplices.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: large;">É um filme que certamente marcará a história da animação, por ser muito mais que uma história bem feita, com recursos visuais impecáveis, mas por trazer um protagonismo de mulheres com uma dimensão política de gênero muito visível. Elas possuem uma força extraordinária: resolvem o futuro dos clãs, administram a casa, são mais eloquentes, inteligentes, hábeis e sensíveis. </span><br />
<span style="font-family: Arial; font-size: large;"></span><br />
<span style="font-family: Arial; font-size: large;">Valente é a história de Merida, e também a história sobre o exercício da maternidade. </span></div>
Lúcia Leirohttp://www.blogger.com/profile/16329739907951169909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4571459224880034712.post-47315180596177853532014-09-23T18:14:00.000-03:002014-09-23T18:14:11.709-03:00O LEGADO DE NORA EPHRON<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><strong>'You look at a list of directors and it's all boys"* </strong></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><strong>(Nora Ephron)</strong></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">*Você olha para a lista de diretores e são todos homens.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: large;">Nora Ephron sabia que a indústria cinematográfica era machista, e nos EUA não seria diferente. Antes de ser diretora, Ephron roteirizou filmes dramáticos, como <span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Silkwood: O Retrato de uma Coragem, de 1983. </span></span></span></span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Os anos 80 serão profícuos para as mulheres que viveram a maturidade nestes anos, pois a visão que elas têm naquele momento são reverberações dos movimentos sociais, sobretudo feminista, dos anos 60/70. Assim, neste clima de contestação, essa novaiorquina escreveu a história de uma mulher, vivida pela atriz Meryl Streep, (com quem se encontraria novamente em Julia e Julie, em 2009), uma mulher, funcionária </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">de uma fábrica de componentes nucleares em uma pequena cidade do interior dos EUA. Ela passa a ser representante sindical e luta por melhores condições de saúde e de trabalho para os funcionários da fábrica. Durante todo os anos 80, Norah Ephron se dedica ao escrever e produzir filmes, dentre eles o popular H</span></span></span></span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">arry e Sally (1989), uma comédia romântica dirigida por Bob Reiner. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Neste filme, Sally (Meg Ryan) é uma jovem recém-formada que pega uma carona do seu colega de universidade Harry (Billy Cristal), namorado da amiga de Sally. Antes de entrar no carro, Sally se despede de seu então namorado. Harry e Sally ao chegarem em Nova Iorque se separam e quando se reecontram ambos estão sozinhos. Ela já está com aproximadamente trinta anos e começa a sentir a angústia do tempo, por isso, por pressão das amigas, decide sair com homens em busca de um relacionamento estável. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Sally traz o mal-estar das mulheres que nasceram pós revolução feminista, que são independentes, mas querem ao mesmo tempo viver um relacionamento amoroso e estável. Deste modo, podemos dizer que ela </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">é produto das contradições de seu tempo, pois mesmo sendo instruída e emancipada financeiramente, não conseguiu se desvencilhar das armadilhas emocionais que a condicionavam a depender afetivamente do homem. Isso porque os homens não aceitaram (e ainda não aceitam) que as mulheres sejam independentes financeiramente e emocionalmente deles. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: large;">Este filme sofreu duras críticas das feministas e confesso que na época senti o mesmo. Era angustiante, violento ver mulheres maduras sentadas em um bar com um fichário de nomes, em busca dos homens disponíveis na cidade para que pudessem se casar. À medida que iam descartando os candidatos, o desespero e a decepção cresciam. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: large;">Contudo, ao mesmo tempo que a cena era penosa para as mulheres maduras que estavam sentadas à mesa de um bar e que desejavam se casar em razão do relógio biológico apontar para o pouco tempo que restava para procriação, a cena traz essa contradição e diria denúncia. Como explicar que mulheres emancipadas profissionalmente estivessem discutindo em uma mesa de bar questões que as prendiam a uma ideologia? Essas mulheres herdaram a abertura obtida por meio de lutas e enfrentamentos das suas predecessoras que viram na instrução e na profissão uma forma de alçar vôos até então negados pela sua condição feminina. As mulheres dos anos 80/90 herdam a liberdade de suas antecessoras, mas não conseguem resolver o impasse de gênero, já que os homens pareciam não acompanhar a nova mulher que se apresentava diante dele. Assim, muitas entraram em conflito porque o seu empoderamento afastava os homens, assustados com tanta liberdade e vontade, gerando problemas no plano afetivo, já que não correspondidos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: large;">Seis anos depois de Silkwood, Nora Ephron muda a direção para as comédias-românticas que muito raramente abandonará. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: large;">Aos 71 anos, Ephron começou a falar de relacionamentos, a flertar com o cinema norte-americano, ao fazer clara referência, por exemplo, ao filme Tarde Demais Para Esquecer, quando Gary Grant e Deborah Kerr marcam um encontro no alto do Empire State, mas ela não vai porque sofre um acidente. No filme de Ephron, Sintonia de Amor, novamente com Meg Ryan (Annie), a diretora muda o final, invertendo a situação: é a mulher que espera o homem, Sam (Tom Hanks) e o seu filho que se atrasam. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: large;">Ephron falava de um poder das mulheres, mas de uma forma muito velada e menos combativa, que incluía uma convivência com o homem. Ela não acreditava em um jogo de inversões no qual o poder das mulheres dependesse da subalternidade masculina. Nora mostra que o poder da mulher não precisa ser o mesmo estabelecido pelos homens há séculos, é uma tentativa de ser feminista dentro de uma estrutura feita para controlar a mulher: o casamento e a família, por isso, talvez as contradições sejam tão evidentes. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Lúcia Leirohttp://www.blogger.com/profile/16329739907951169909noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4571459224880034712.post-22415683540854844382014-09-23T17:57:00.005-03:002014-09-23T17:57:58.333-03:00Três filmes, Três diretoras<span style="color: #444444; font-size: large;">Nesta semana, três filmes dirigidos por mulheres estão em cartaz:</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="color: #444444;"><strong>A Guerra Está Declarada</strong> (La Guerre Est Déclarée), 2012, drama francês de Valérie Donzelli. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: #444444; font-size: large;">
</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="color: #444444;"><strong>Como Agarrar Meu Ex-namorado (</strong>One for the Money), 2012, comédia norte-americana de Julie Anne Robinson.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: #444444; font-size: large;">
</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="color: #444444;"><strong>Hotxuá</strong> (Hotxuá), 2012, um documentário brasileiro de Letícia Sabatella. </span></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-size: large;">O documentário tem atraído as mulheres do cinema brasileiro, mas o acesso ao produto do ponto de vista comercial é dificultoso. Os dvds custam duas ou três vezes mais do que a ficção. Os filmes considerados de arte também são mais caros do que os comerciais, o que favorece a formação de espectadores para uma estética própria desses filmes, mais próximos da linguagem televisiva. Isso sem contar com as cópias mal feitas, que travam no meio do filme, muitos com problema de série. A mídia para blu-ray só não elimina o DVD porque ainda é cara, mas em compensação, o fato é que depois do blu-ray, os DVDs nunca mais foram os mesmos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444;"><span style="font-size: large;">São três filmes diferentes, pertencentes a gêneros distintos: drama, comédia-romântica e drama-documental, respectivamente. O primeiro é uma retextualização de Romeu e Julieta, sendo que a ficção passa a interferir na vida do casal protagonista, uma vez que ambos acreditam que alguma coisa de trágico acontecerá em razão dos seus nomes fazerem referência a clássica tragédia teatral. </span></span><br />
<span style="color: #444444;"><span style="font-size: large;"></span></span><br />
<span style="color: #444444;"><span style="font-size: large;">O segundo trata de uma peripécia já vivida no cinema de uma outra perspectiva. Jennifer Aniston e Gerard Butler protagonizaram um filme semelhante no qual Butler, vive um policial, contratado para ser um caçador de recompensas de sua ex-esposa (Aniston), uma jornalista perseguida por outras pessoas também (por sinal não vi o filme apesar de a roteirista ser uma mulher, Sarah Thorp). O filme da diretora Robinson é muito semelhante ao de Andy Tannant, mas esse lugar-comum pode ser um exercício interessante do ponto de vista da análise de gênero, pois neste a protagonista, Stephanie (Katherine Heigl), é uma r</span><span style="font-size: large;">ecém-demitida e divorciada que por intermédio de seu primo Vinnie (Patrick Fischler) passa a trabalhar como caçadora de recompensas. A sua primeira tarefa é capturar o policial aposentado Joe (Jason O'Mara), um ex-namorado do colégio que a seduziu. Vejam que nos dois filmes os policiais estão presentes. Tal como o filme de Tennant, este também é roteirizado por mulheres, são elas: Karen McCullah Lutz, Kirsten Smith, Liz Brixius que se basearam no livro de Janet Evanovich, uma autora conhecida por seus best sellers "chick lit" ou literatura cor-de-rosa.</span></span><br />
<span style="color: #444444;"><span style="font-size: large;"> </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444;"><span style="font-size: large;">O terceiro filme é uma tendência no cinema brasileiro, sobretudo quando feito por mulheres. O documentário se aproxima muito do cinebiografia porque não deixa de se basear na vida de um ser social. Foi assim com Valdick Soriano, dirigido por Patrícia Pillar. Hotxuá é baseado na festa da batata, um ritual realizado pela etnia indígena Krahô, que vive em Palmas (TO), que delimita a passagem da estação da chuva para a seca. </span></span><br />
<span style="color: #444444; font-size: large;"></span><br />
<span style="color: #444444; font-size: large;">A filmagem documental etnográfica tem sido muito importante para a preservação da memória do Brasil e as diretoras estão sensíveis a essas questões identitárias, dando um caráter político e artístico ao cinema. </span></div>
Lúcia Leirohttp://www.blogger.com/profile/16329739907951169909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4571459224880034712.post-62737987740295114022014-09-23T17:30:00.000-03:002014-09-23T17:47:53.378-03:00CINECLUBE DA UNEB - CINEMA E MULHER<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A abertura do cineclube da UNEB, do setorial Cinema e Mulher, não trará uma diretora, mas um diretor. Trata-se do filme documentário ATABAQUES NZINGA, de Octávio Bezerra, filme de 2007. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A ficha técnica é formada por: </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<span style="color: #0b5394;"><strong><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Título Original: </span></strong><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Nzinga.</span></span><strong><br /><span style="color: #0b5394; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Origem: </span></strong><span style="color: #0b5394; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Brasil, 2007.</span><strong><br /><span style="color: #0b5394; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Direção: </span></strong><span style="color: #0b5394; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Octávio Bezerra.</span><strong><br /><span style="color: #0b5394; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Roteiro: </span></strong><span style="color: #0b5394; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Rose La Creta.</span><strong><br /><span style="color: #0b5394; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Produção: </span></strong><span style="color: #0b5394; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ana Giannasi e Rose La Creta.</span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #0b5394;"><strong> <br /> Fotografia: </strong>Hélio Silva e Guerrinha.</span></span><strong><br /><span style="color: #0b5394; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Edição: </span></strong><span style="color: #0b5394; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Sueli Nascimento.</span><strong><br /><span style="color: #0b5394; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Música: </span></strong><span style="color: #0b5394; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Naná Vasconcelos.</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Por esta relação, vemos que o filme foi roteirizado por uma mulher, Rose de La Creta, e produzido por duas, Ana Giannasi e a própria Rose de La Creta. Além de contar com a edição de outra mulher, Suely Nascimento. A ficha apresenta um equilíbrio de gênero ao trazer a mesma quantidade de mulheres e homens em sua produção. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial;"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial;">Mas a minha escolha para esta primeira exibição deu-se por ser um dos poucos filmes nacionais e comerciais cujo tema trata da identidade da protagonista, mas uma identidade alicerçada na ancestralidade, isto é, na busca de uma jovem negra por sua origem, sua história. O início do filme se passa na Bahia, dentro de um terreiro de candomblé, durante o recolhimento. Portanto, nesta primeira parte, o filme se passa durante o roncó se estendendo até a saída, quando a protagonista se torna-se filha de Oyá e herdeira da guerreira Nzinga. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial;"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial;">Neste processo de autodescoberta, feita através do jogo de búzios, a protagonista revela uma angústia existencial, pois sua dupla orfandade - já que não conheceu seu pai e a sua mãe a abandonou - a deixa triste e deprimida (alusão clara ao banzo, sentimento de saudade da África e de tristeza que os escravizados sentiam, levando muitos a cometerem o suicídio). Esta orfandade também sugere uma conotação mais ampla, uma metáfora para os sujeitos diaspóricos, que tiveram e têm dificuldades em traçar a sua árvore genealógica por causa da separação forçada imposta pelo colonizador sobre os escravizados, entre sujeitos da mesma nação e também graus de parentesco, estratégia de controle contra possíveis rebeliões. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial;"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial;">É muito significativo como o candomblé aparece no filme como ventre gerador de identidades, de resistência contra o esquecimento, contra o apagamento da memória que liga os sujeitos diaspóricos à origem africana. É o espaço de força vital, de ligação ancestral com uma função não apenas espiritual, mas de civilização. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial;"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial;">A personagem, depois de sua saída do recolhimento, segue para o Rio de Janeiro, orientada por sua Yá a se mudar para se desenvolver mais (aqui o olhar do sudeste sobre o nordeste). É importante ressaltar que o atabaque está presente na vida de Nzinga, que sonha com eles e com seus ancestrais. O atabaque aparece no filme como metáfora do ancestral, chamando a personagem para assumir o seu papel de sujeito da história, que é a história dela, mas também de uma coletividade. Ou seja: o candomblé religa este sujeito perdido a um grupo, e este sujeito que deverá reinscrever a história, se apropriando de sua dor e enfrentando os desafios desta nova escrita. Este sujeito é uma mulher. Esta é Nzinga. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial;"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial;">Você está em Salvador? Venha assistir a este filme!</span><br />
<span style="font-family: Arial;"></span><br />
<span style="font-family: Arial;">Dia: 24 de outubro</span><br />
<span style="font-family: Arial;">Horário: 12h, </span><br />
<span style="font-family: Arial;">Local: Departamento de Educação da Universidade do Estado da Bahia, Auditório Jurandyr Oliveira. </span><br />
<span style="font-family: Arial;"></span><br />
<span style="font-family: Arial;">Depois da exibição, ficaremos para conversar um pouco.</span><br />
<span style="font-family: Arial;"></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-wK1l2Yt6GFM/VCHYGpyl9GI/AAAAAAAACTU/FDaL9fITox0/s1600/nzinga.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-wK1l2Yt6GFM/VCHYGpyl9GI/AAAAAAAACTU/FDaL9fITox0/s1600/nzinga.jpg" /></a></span></div>
<span style="font-family: Arial;"> </span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-OnvNWLoEJmM/VCHYKo-485I/AAAAAAAACTc/8oasmkLwvlw/s1600/0.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-OnvNWLoEJmM/VCHYKo-485I/AAAAAAAACTc/8oasmkLwvlw/s1600/0.jpg" height="240" width="320" /></a></span></div>
<span style="font-family: Arial;"> </span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-4XNA7GGKn3M/VCHYLbAsswI/AAAAAAAACTk/JOfTTgMlJks/s1600/4lm3r8.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-4XNA7GGKn3M/VCHYLbAsswI/AAAAAAAACTk/JOfTTgMlJks/s1600/4lm3r8.png" height="163" width="320" /></a></span></div>
<span style="font-family: Arial;"> </span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-Of-8aUjbpSY/VCHYKwpLZtI/AAAAAAAACTg/EX0n9baWpWI/s1600/hqdefault.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-Of-8aUjbpSY/VCHYKwpLZtI/AAAAAAAACTg/EX0n9baWpWI/s1600/hqdefault.jpg" height="240" width="320" /></a></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial;">Fotos divulgação.</span></div>
<br /></div>
Lúcia Leirohttp://www.blogger.com/profile/16329739907951169909noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4571459224880034712.post-62680485255697629972013-04-28T19:52:00.001-03:002014-09-23T17:03:54.142-03:00As Ladies Marian em duas versões de Robin Hood<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Mesmo quando o filme traz um homem na figura central da trama, não deixo de observar como as mulheres são vistas pelos seus roteiristas e diretores.</span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Uma personagem instigante é Lady Marian que aparece nos filmes como par romântico de Robin Hood. A literatura mostra que nem sempre foi constante a forma de representar esta personagem e isto pode ser perceptível quando tomamos dois filmes recentes sobre o legendário arqueiro. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Uma das versões é a de Kevin Reynolds (1991) <strong>Robin Hood, o Príncipe dos Ladrões</strong> (Robin Hood, Prince of Thieves) que traz Mary Elizabeth Mastrantonio como a atriz que desempenha o papel de Lady Marion. A sua primeira aparição no filme já mostra um conflito de gênero quando luta com Robin Hood (Kevin Costner) inicialmente com a espada e depois no corpo-a-corpo, quando é vencida. Neste momento, ela está usando uma armadura preta. Com a presença de Robin Hood, Lady Marion vai perdendo este ar mais agressivo e tornando-se dependente da proteção dele. Robin já havia prometido ao irmão de Lady Marion, morto em batalha, que a protegeria. Lady Marion é forçada a se casar com o xerife de Nothigham (Alan Rickman) que trava uma luta mortal com Robin Hood no dia do casamento, logo após a benção do bispo. Uma luta que Lady Marion só assiste. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Já a versão de Ridley Scott, 2010, <strong>Robin Hood</strong> (Robin Hood) traz como Lady Marion a atriz britânica Cate Blanchett. A personagem vive com o sogro e espera o retorno do seu marido, um nobre cavaleiro da guarda de Ricardo Coração de Leão, que ao morrer pede que Robin Logstride, um arqueiro, retorne para informar ao pai sobre sua morte. Durante a ausência do marido, Lady Marion protege a aldeia de roubos e tenta se livrar do assédio do cobrador de impostos. A atração entre Robin e Lady Marion é gradativamente apresentada em sequências que mostram ora uma simetria de gênero ora as assimetrias, a exemplo da cena em que ela tenta salvar um filhote de animal de um afogamento. Robin prevê a frustração da iniciativa e resgata o filhote, dando a entender que as mulheres seriam mais emotivas e, por isso, mais impulsivas e fadadas a gestos sem sucesso. Apesar disso, no final, durante a batalha decisiva que se dá na praia, Lady Marion usa armadura e alinha-se aos cavaleiros para atacar o inimigo. Como não cabe à heroína matar o antagonista, ao travar uma luta contra o malfeitor, desequilibra-se do cavalo e quase é afogada pelo oponente. Quando Robin percebe a investida contra a amada, resgata -a e de quebra mata o inimigo. Esta cena é muito parecida com a do filhote que está se afogando até ser resgatado por Robin Hood. Neste sentido, a <em>assimetria de gênero</em> é reforçada para destacar o papel de gênero atribuído ao homem em duas dimensões sociais (micro e macro): <em>salvar a mulher e libertar o país do inimigo</em>. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Se compararmos os dois filmes, vemos que a versão de 2010 está mais próxima de uma representação feminina mais ativa, companheira e lutadora. As relações de gênero se apresentam mais simétrica do que na versão anterior. Mesmo em casa, a presença de Lady Marion é decisiva para a sobrevivência da aldeia já que ela ara a terra, planta, colhe e estoca o alimento enquanto os maridos estão fora em batalha. Na cena em que está prestes a ser estuprada, se defende e consegue livrar-se do inimigo, golpeando-o e matando-o, sugerindo que nem sempre uma mulher terá um homem ao seu lado para livrá-la dos incômodos e que terá de encontrar sozinha meios para sair de situações embaraçosas e, no extremo, violentas. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ambas as narrativas não escapam do peso da tradição e ao olhar masculino por detrás das câmeras. Afinal, o filme é sobre Robin Hood e não Lady Marion, mesmo com alguns momentos de equiparação de gênero ao longo do texto. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><em>Como seria um filme do ponto de vista dela?</em> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS;"></span> </div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-or-DuCZ9d8g/UX2k12eOUtI/AAAAAAAAB24/zbKysOdApxg/s1600/ladymarion-robinhood.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-or-DuCZ9d8g/UX2k12eOUtI/AAAAAAAAB24/zbKysOdApxg/s400/ladymarion-robinhood.jpg" height="400" width="266" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">foto divulgação</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-sxmYQwB8pfg/UX2k_QNduTI/AAAAAAAAB3A/y0A6VbMQpQ8/s1600/Marian-Mary-Elizabeth-Mastrantonio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-sxmYQwB8pfg/UX2k_QNduTI/AAAAAAAAB3A/y0A6VbMQpQ8/s400/Marian-Mary-Elizabeth-Mastrantonio.jpg" height="223" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">foto divulgação</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS;"></span> </div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-9LEGBbiPnD0/UX2n42LSMVI/AAAAAAAAB3U/snCbo1aZNKA/s1600/cate-crowe.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-9LEGBbiPnD0/UX2n42LSMVI/AAAAAAAAB3U/snCbo1aZNKA/s400/cate-crowe.jpg" height="250" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">foto divulgação</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-h0dPj5fX86M/UX2n4qLPr1I/AAAAAAAAB3Q/XFlKo2YDFD0/s1600/cateblanchett2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-h0dPj5fX86M/UX2n4qLPr1I/AAAAAAAAB3Q/XFlKo2YDFD0/s400/cateblanchett2.jpg" height="400" width="270" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">foto divulgação</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS;"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS;"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS;"></span> </div>
Lúcia Leirohttp://www.blogger.com/profile/16329739907951169909noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4571459224880034712.post-91527796186277349142012-04-30T02:36:00.001-03:002012-04-30T02:48:33.952-03:00Ex Terminadora (ExTerminators, 2009)<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-v11jufPKYgs/T54cwEzpC2I/AAAAAAAABjQ/lFT8qtJ1dbw/s1600/Exterminadoras.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" oda="true" src="http://3.bp.blogspot.com/-v11jufPKYgs/T54cwEzpC2I/AAAAAAAABjQ/lFT8qtJ1dbw/s1600/Exterminadoras.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Quem assina a direção desta comédia é um diretor, mas o roteiro é de <strong>Suzanne Weinert.</strong> O título nos leva a pensar no que essas mulheres exterminam e a começar pela capa do DVD vemos que se trata de um ajuste de contas entre mulheres e agressores.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-XTf5Tx1nLaw/T54kQsDBZuI/AAAAAAAABjc/TFpw54rkEj8/s1600/suzanne+weineter.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" oda="true" src="http://3.bp.blogspot.com/-XTf5Tx1nLaw/T54kQsDBZuI/AAAAAAAABjc/TFpw54rkEj8/s1600/suzanne+weineter.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Suzanne Weitener</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Tudo começa quando uma delas Alex (Heather Graham) é demitida do emprego pelo chefe que em tom cerimonioso e ao mesmo tempo jocoso a despede. Ao chegar mais cedo em casa, encontra o marido com outra mulher mais jovem que a trata por cunhada, supondo que o marido a tivesse apresentado como irmã. Para dissipar a sua angústia, atira-se ao consumo e na disputa por uma blusa acaba socando um homem que comprava a mesma peça para a namorada. A justiça decreta sessões de terapia coletiva quando Alex conhece um grupo de mulheres que foram agredidas, usurpadas por seus namorados, chefes ou maridos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Nestes encontros, Alex conhece Stella (Jennifer Coolidge), dona de uma empresa de extermínio de animais nocivos herdada de seu avô. Stella, infeliz no casamento, pede divórcio ao marido que trata de roubá-la. Quando retorna para casa, Stella flagra o assalto e desnorteada invade o espaço com carro, atropelando o marido. Afinal, o seu problema era usar o carro como arma. As contigências da vida levaram-na a mudar o objeto de extermínio. Nikki (Amber Heard) uma assistente de dentista é assediada no trabalho. Ela também foi traída quando adolescente na escola. Um rapaz ia oferecer dinheiro para que ela tivesse relações sexuais com o irmão que era retardado. Como ela queria um vestido que não podia comprar, aceitou a tarefa, mas o rapaz não quis pagar. Ela o ameaçou e obteve o valor combinado. Kim (Joey Lauren Adams) é uma mulher espancada pelo marido; Marsha (Farah White) é uma mulher rica instisfeita e Danielle (Eloise DeJoria) encomenda a morte do esposo. Todas elas têm seus motivos para se livrar dos agressores e as técnicas variam: morte por arsênio, perseguição e “acidentes” de carro, pistola de choque, tortura, entre outras. À medida que elas vão agindo, o número de participantes das sessões vai aumentando, sugerindo que as sessões só teriam efeito se elas não tivessem mais contato com os agressores. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O ambiente é o Texas, como é usual, pois as diretoras gostam de trazer o Oeste dos Estados Unidos como cenário para contextualizar as ações machistas. No bar, como de praxe, enquanto as mulheres estão bebericando, os homens as desrespeitam. Em uma das cenas, o marido de Kim chega no bar e exige que a mulher volte com ele para casa, mas ela resiste e leva um tapa. Nikki toma as dores e parte para cima do marido em defesa da amiga. Em outro momento, um rapaz passa a mão nas nádegas das mulheres enquanto elas passam para o sanitário. Mais uma vez Nikki percebe que as mulheres se sentem desencorajadas para enfrentar o rapaz, embora se mostrem constrangidas, e ateia fogo nele com o isqueiro. Parece uma atitude insana, mas haveria outrra forma? As mulheres são desrepeitadas e nada podem fazer, a não ser indignarem-se, até que uma delas cometa uma "loucura", isto é, enfrente os agressores.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O filme é para ser uma comédia, mas traz questões seriíssimas sobre a violência contra as mulheres e sobre a forma das mulheres agirem em função da impunidade e morosidade da justiça. Com os extermínios, as mulheres começam a buscar ajuda para os seus problemas imediatos, deixando a polícia sem ação, já que as mortes são silenciosas “silent revolution” e elas não delatam uma as outras, mesmo uma delas tendo um relacionamento amoroso com um dos investigadores. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Exterminadoras é um filme para ser visto com olhos críticos porque trata de questões que interessam as mulheres, inseridas em um mundo machista no qual a sobrevivência depende do grau de coragem, resignação ou de loucura. Esta loucura representa a resposta a uma loucura muito maior que é o sexismo e o machismo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Vale a pena assistir.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><strong>Ficha Técnica:</strong></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Título no Brasil: Exterminadoras</span></div>
Título Original: ExTerminators<br />
País de Origem: EUA<br />
Gênero: Comédia<br />
Classificação etária: 16 anos<br />
Tempo de Duração: 92 minutos<br />
Ano de Lançamento: 2009<br />
Estúdio/Distrib.: Vinny filmes<br />
Direção: John Inwood<br />
<br />
<strong>Elenco Principal:</strong><br />
Heather Graham ... Alex<br />
Jennifer Coolidge ... Stella<br />
Matthew Settle ... Dan<br />
Amber Heard ... Nikki<br />
Joey Lauren Adams ... Kim<br />
Sam Lloyd ... Hutt<br />
Farah White ... Marsha<br />
Drena De Niro ... Dr. Press<br />
Glenn Morshower ... Boss<br />
Kathy Lamkin ... Land Lady<br />
Charlie Robison ... Rick<br />
Andy Buckley ... Steven Cantor<br />
Jeff Schwan ... Detective Pete<br />
Eloise DeJoria ... Danielle<br />
<br />
Fontes:<br />
<a href="http://www.imdb.com/name/nm0918299/">http://www.imdb.com/name/nm0918299/</a> - IMDB<br />
<a href="http://www.imdb.es/title/tt1209378/#comment">http://www.imdb.es/title/tt1209378/#comment</a> - IMDBLúcia Leirohttp://www.blogger.com/profile/16329739907951169909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4571459224880034712.post-3191031838134087452012-03-11T23:45:00.001-03:002012-03-12T08:15:01.558-03:00A informante (Whistleblower, 2010)<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Denso. Dramático. Angustiante. </span></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-tvp5jQAi5NY/T11ifUAKl1I/AAAAAAAABbQ/cSAfDI-XgE0/s1600/Eilis+Kirwan+Larysa+Kondracki+Whistleblower+6Emj3GVCf3Ml.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="http://4.bp.blogspot.com/-tvp5jQAi5NY/T11ifUAKl1I/AAAAAAAABbQ/cSAfDI-XgE0/s320/Eilis+Kirwan+Larysa+Kondracki+Whistleblower+6Emj3GVCf3Ml.jpg" width="198" yda="true" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Larissa Kondracki e Eilia Kirwan</td></tr>
</tbody></table>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O filme dirigido por Larissa Kondracki e roteirizado por Eilis Kirwan e a própria Larissa Kondracki é imperdível, sobretudo para quem se interessa pelas questões de gênero e pela violência contra a mulher. Diferentemente dos filmes que comumente assistimos, em que as mulheres são violentadas pelos seus maridos, ou seja, tratados como um assunto privado, o filme de Kondracki destaca o lado público da questão, expondo a rede internacional de tráfico de mulheres, tendo como fundo o momento pós-guerra na Bósnia. A atriz Rachel Weisz vive uma policial, Kathy, que é enviada para a Bósnia para ser mediadora da paz, na condição de pacificadora das Nações Unidas (ONU). Porém, ao chegar à Bósnia vê o quanto as mulheres são maltradas por razões étnicas e de gênero, sendo violentadas abusivamente por homens de diferentes setores da sociedade: donos de bar, policiais e agentes internacionais, todos envolvidos no tráfico de mulheres. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">As cenas são fortes e mostram as torturas vivenciadas pelas mulheres forçadas a realizarem as fantasias mais perversas dos homens. Uma delas Raya acaba conhecendo a policial Kathy que pretende defendê-la, mas não consegue diante da corrupção entre os seus colegas de corporação. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-KUQH85EKjWc/T11jKpqd3RI/AAAAAAAABbY/RrRg1yGluDo/s1600/informante-cartaz.bmp" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/-KUQH85EKjWc/T11jKpqd3RI/AAAAAAAABbY/RrRg1yGluDo/s320/informante-cartaz.bmp" width="224" yda="true" /></a></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O filme expõe uma rede internacional bilionária que vive do tráfico humano e do sofrimento de várias mulheres, adolescentes e jovens que partem em busca de melhores condições de vida e se deparam com situações de extrema violência. Em uma das cenas, Raya é violentada por um cano de ferro, enquanto às outras são forçadas a assistirem a cena, como exemplo a não ser seguido. </span></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Baseado em fatos reais, ficamos perplexos com o fato de pessoas subjugarem outras no limite da degradação humana, animalizando-as e transformando-as em escravas do prazer em uma sociedade decaída e devastada pela guerra. Reconstruir um país com os vícios daqueles que vão promover a paz parece irônico, soa zombeteiro, na medida em que um país fragilizado pela guerra acaba não recebendo ajuda, mas, ao contrário, sendo alvo de traficantes de toda ordem. </span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Fico imaginando a Grécia...</span></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Mais uma vez as diretoras de cinema mostram um cinema engajado politicamente feminista. </span></div>Lúcia Leirohttp://www.blogger.com/profile/16329739907951169909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4571459224880034712.post-66920589109331889042012-03-06T08:42:00.000-03:002012-03-06T08:42:05.186-03:00VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES NOS FILMES<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Uma mulher casada ou solteira é submetida a maus tratos pelo marido ou amante. Esta ideia já serviu de roteiro para vários filmes e a postagem aqui seria longa se analisássemos cada um deles. Alguns destes filmes foram dirigidos por homens, outros por mulheres, mas o importante é que o tema tem sido bastante filmado ao longo dos séculos. O que isso significa? </span></div>
<span style="font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">No dia <strong>08 de março</strong>, o mundo se volta às questões da violência contra a mulher, não que em outros dias esta situação não seja acompanhada com intervenção de entidades e de pessoas, mas neste dia formou-se uma rede de ações que dão visibilidade a um problema sério no tecido social. Um problema que adoece a sociedade, transformando os homens em criminosos e as mulheres em cadáver. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A sociedade tem sido a mortalha para muitas mulheres. </span></div>
<span style="font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Os filmes que tratam da violência contra a mulher são em geral ambientados no espaço domiciliar, com maridos violentos que buscam a todo custo submeter às mulheres a maus tratos físicos e psicológicos. Eis alguns:</span></div>
<span style="font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><strong>Tina</strong>, de Bran Gibbson, 1992: narra a história da cantora Tina Turner que sofria na vida real violência de seu marido Yve Turner. No cinema, a atriz Angela Basset personificou a cantora. </span></div>
<span style="font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><strong>Dormindo com o Inimigo</strong>, Joseph Rubem, 1990: narra a história de uma mulher recém-casada que é submetia a cárcere privado e violência doméstica. O filme foi estrelado por Julia Roberts.</span></div>
<span style="font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><strong>Nunca Mais</strong>, Michael Apted, 2001: O filme conta a história de uma garçonete (Jennifer Lopez) que se casa com um homem rico e sofre extrema violência física durante o casamento. </span></div>
<span style="font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><strong>Terra Fria</strong>, Niki Caro, 2005: uma mulher vai trabalhar em uma carvoaria e sofre todo tipo de violência, desde a física à psicológica. </span></div>
<span style="font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><strong>Enquanto Ela está Fora</strong>, de Susan Monford, : uma mulher casada com um filho sofre violência do marido. Durante uma das agressões, ela sai para comprar papel de presente e no estacionamento do shopping é acuada por quatro homens que resolve persegui-la. </span></div>
<span style="font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><strong>Thelma & Louise</strong>, Ridley Scott, 1991: Apesar de ser dirigido por Scott, o filme foi escrito por Callie Khouri, uma das poucas cineastas feministas norte-americanas que consegue comercializar seus filmes. Thelma (Geena Davis) e Louise (Susan Sarandon) são amigas e resolvem sair no final de semana para se divertirem. Thelma é casada com um homem machista e Louise tem uma relação com um homem, biotipo latino, assim como o de Thelma, que também é violento. Durante a viagem de lazer, após paparem em um bar, Thelma é quase estuprada por um homem que é morto por Louise. </span></div>
<span style="font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><strong>Terras Perdidas</strong>, Jocylin Moorhouse, 1997: narra a história de três irmãs que são sexualmente aliciadas pelo pai, provocando grandes traumas nas duas. Além disso, o filme mostra ainda como as mulheres são sacrificadas pela ignorância, pois uma delas desenvolve câncer de mama e a outra esterilidade em razão de substâncias tóxicas encontrada na água. </span></div>
<span style="font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><strong>Esposas de Stepford</strong>, de Brian Forbes, 1975: narra a história de uma mulher casada, com dois filhos, que trabalha fora, mas é persuadida a morar em um subúrbio onde as mulheres vivem exatamente como os homens desejam, mas para isso elas precisam morrer. </span></div>
<span style="font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><strong>Flor do Deserto</strong>, de Sherry Hormann, 2009: o tema principal é a mutilação. Uma mulher africana é mutilada, mas na fase adulta consegue ir para Londres onde começa a trabalhar como garçonete. Neste lugar, um homem a convida ser modelo. </span></div>
<span style="font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><strong>Encantadora de Baleias</strong>, Niki Caro, 2002: uma menina é rejeitada pelos patriarcas maori por ser mulher, muito embora tenha todo o perfil de líder espiritual, mais do que os meninos. </span></div>
<span style="font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><strong>Meninas</strong>, Sandra Werneck, 2006: a violência social funde-se com a de gênero. Em forma de documentário, várias histórias de adolescentes se cruzam, mostrando a violência que sofrem no dia-a-dia pelo fato de serem mulheres. Um dos temas é a gravidez na adolescência. </span></div>
<span style="font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><strong>O Poder do Amor</strong>, Lasse Halsström, 1995: com roteiro da feminista Callie Khouri, o filme mostra a opressão de um pai e marido sobre as filhas e esposa. </span></div>
<span style="font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><strong>O Piano</strong>, Jane Campion, 1993: o filme narra a história de uma mulher, mãe solteira, muda, que é enviada para a Nova Zelândia a fim de se casar com um homem que sequer conhece. Lá sofre violência por parte do marido e do amante. </span></div>
<span style="font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><strong>Razão e Sensibilidade</strong>, Ang Lee, 1995: No século XIX, duas irmãs vivem os dissabores por serem pobres, sem dote, considerando que este era uma condição sine qua non para o casamento. É a violência de uma sociedade contra as mulheres. </span></div>
<span style="font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><strong>Sonhos Roubados</strong>, Sandra Werneck, 2009: três amigas adolescentes que moram na periferia são abusadas por amantes e padrastos. Gravidez, estupro, aliciamento, são temas deste filme. </span></div>
<span style="font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><strong>Tomates Verdes & Fritos</strong>, Jon Avinet, 1991: narra a história de duas amigas que abrem um restaurante, sendo que uma delas é casada e sofre violência doméstica.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"> </span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A lista é enorme, mas fico por aqui. Podemos perceber neste pequeno corpus o quanto os anos 90 foram profícuos para o tema da violência contra a mulher. </span></div>
</div>Lúcia Leirohttp://www.blogger.com/profile/16329739907951169909noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4571459224880034712.post-3876052487549144482012-02-24T12:11:00.000-02:002012-02-24T12:19:52.711-02:00Oscar 2012 e outras coisas mais<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O Oscar 2012 não traz diretoras concorrendo à estatueta. O que é lamentável. Os homens são absolutos nesta versão: </span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span><br />
<em><span style="font-size: large;">Michel Hazanavicius - "O artista"</span></em><br />
<em><span style="font-size: large;">Alexander Payne - "Os descendentes"</span></em><br />
<em><span style="font-size: large;">Martin Scorsese - "A invenção de Hugo Cabret"</span></em><br />
<em><span style="font-size: large;">Woody Allen - "Meia-noite em Paris"</span></em><br />
<em><span style="font-size: large;">Terrence Malick - "A árvore da vida"</span></em><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span><br />
<span style="font-size: large;">No entanto, em outras categorias, como melhor roteiro, vemos a presença delas. Em <strong>Missão Madrinha de Casamento</strong>, Kristen Wiig e Annie Mumolo tentam levar o prêmio com uma história que tem sido o filão de muitas diretoras, o gênero comédia-romântica com peripécias matrimoniais. No entanto, como elas são estratégicas, e não poderia deixar de ser, conseguem passar por meio de assuntos corriqueiros e sem muita importância questões sérias, não vou tecer maiores reflexões. Terei de assistir antes. </span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span><br />
<span style="font-size: large;">O interessante em relação a tudo isso é que somente a função de diretor é marcada nominalmente, os outros componentes da ficha técnica ficam à sombra do filme. Qual o risco disso: dar importância aos outros profissionais? Torná-los conhecidos para o público? Fora o diretor, apenas o compositor da trilha sonora possui destaque nominal, mas isso tem raízes históricas. </span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span><br />
<span style="font-size: large;">Houve um tempo em que o compositor da trilha sonora tinha o mesmo status do diretor, inclusive em muitos filmes, os mais antigos, isso era identificado com um realce gráfico: o tipo e o tamanho da letra para ambos eram os mesmos. O nome vinha isolado na tela e centralizado. Além disso, quando os nomes do diretor e compositor apareciam, os acordes ficavam mais intensos, mostrando ao espectador que aquelas pessoas eram valiosas, mereciam atenção. Hoje em dia, o compositor perdeu o status e o diretor vem disputando com o produtor o lugar de realce, já que este aparece antes da narrativa iniciar, tendo uma vinheta especialmente feita para a sua aparição. Como se esquecer da vinheta da FOX com aquele número 20 dourado em contraplongé com as luzes dos holofotes cruzando o ar sobre o seu número? </span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span><br />
<span style="font-size: large;">Em termos de Brasil, a quantidade de filmes lançados ainda não tornou familiar as marcas das produtoras brasileiras, o que pode ser considerado um ponto positivo, embora algumas marcas já começem a se sobressair: a Quanta, a Raccord, Araçá Azul, Bossa Nova, Foccus, 02, Panda, REC. A logomarca é imprescindível para a sua fixação na memória do espactador. A Raccord, por exemplo, é uma das mais criativas, a meu ver: traz um terminologia do cinema, raccord, emoldurada por uma película de filme e a figura de um elefante. O site Cinema do Brasil, um programa feito para incrementar a política de exportação de filmes através de co-produções, possui em seu cadastro 117 produtoras de filmes, fora as outras que não são associadas ao programa. </span><br />
<span style="font-size: large;">Voltando ao Oscar, resta aguardar para ver se as mulheres que compõem outras funções menos visíveis, como figurino, no qual elas historicamente têm tido maior representatividade, serão as eleitas pela academia. </span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span><br />
<span style="font-size: large;">Parece-me que no quesito trilha sonora, na qual participam o brasileiro Carlinhos Brown e Sergio Mendes, este há muitos anos radicado nos Estados Unidos, o Brasil tem grandes chances com o filme Rio. Há duas concorrentes apenas e, embora não tenha escutado a música do outro filme, acredito e confio no trio de compositores, dos quais dois são brasileiros e uma é norte-americana. </span><br />
<br />
Fonte: <a href="http://www.cinemadobrasil.org.br/produtoras_list.php">http://www.cinemadobrasil.org.br/produtoras_list.php</a></div>Lúcia Leirohttp://www.blogger.com/profile/16329739907951169909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4571459224880034712.post-4611289472108689252012-02-03T21:07:00.004-02:002012-02-12T23:35:38.359-02:00Adiamento do Retorno<div style="text-align: center;">
<span style="color: #990000; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: x-large;">Em razão dos problemas que a cidade vem sofrendo nos últimos dias, resolvi, por prudência, adiar o curso para o dia <strong>25 de fevereiro</strong>. Esperamos por todas(os) vocês.</span></div>Lúcia Leirohttp://www.blogger.com/profile/16329739907951169909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4571459224880034712.post-38981881239959636632012-02-02T13:36:00.003-02:002012-02-02T13:36:57.924-02:00II CINEMA E MULHER - RETORNO DAS FÉRIAS<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: medium;">Voltamos às nossas atividades extensionistas com o <strong>II Cinema e Mulher</strong>. Temos mais dois dias - <strong>04 e 11 de fevereiro</strong> e daí encerraremos esta versão. Não se esqueçam do <strong>TCCEX</strong> com uma análise sobre um filme dirigido por uma mulher brasileira. <strong>Data de envio até 18/02</strong>.</span></div>Lúcia Leirohttp://www.blogger.com/profile/16329739907951169909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4571459224880034712.post-48602263482634013842012-01-31T12:08:00.000-02:002012-02-24T13:30:47.831-02:00Elektra: uma heroína sem par<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-Dg7Rfn2ROVA/Tyf1dRtqIrI/AAAAAAAABZo/AqN2mzygrms/s1600/260px-Elektra_por_Greg_Horn.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" sda="true" src="http://1.bp.blogspot.com/-Dg7Rfn2ROVA/Tyf1dRtqIrI/AAAAAAAABZo/AqN2mzygrms/s200/260px-Elektra_por_Greg_Horn.jpg" width="152" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Não é um filme dirigido por uma mulher, mas traz uma protagonista que emana força, poder e, ao mesmo tempo, docilidade e afetividade, mas isso tudo não inclui necessariamente uma convivência com outra pessoa. </span><br />
<span style="font-size: large;"> </span><br />
<span style="font-size: large;">Antes de falar na personagem, gostaria de registrar como o filme antecipa o seu conteúdo, o seu tema, a atmosfera mítica. As fontes dos créditos são do tipo letra clássica, a exemplo das letras “E” que adquire a forma “Ʃ” e o “A” a forma “Ʌ” evocando, por contiguidade, pelo símbolo, um contexto histórico, uma cultura, neste caso a grega, de onde a personagem provém. As imagens iniciais reforçam o tempo-espaço mítico ao trazer desenhos que sugerem combates, com seres corporificados, mas sem uma identificação que os torne mais reconhecíveis. Eles se posicionam um de frente para o outro, perfilados, com os corpos inclinados para frente, braços suspensos, roupas sinuosamente afastadas do corpo, sugerindo movimento. A ideia é a de que os grupos estão se movimentando na mesma direção. O cenário de abertura, em forma de desenho, mostra a predominância das cores vermelha e amarela, formando, a partir do amarelo, manchas que tentam englobar o vermelho, porém, no final, o vermelho toma toda a tela, anunciando a vitória de um determinado grupo. A associação do vermelho ao bem ocorre quando vemos o figurino da personagem Elektra, em vermelho, apesar de só aparecer com ele no início e no final do filme, ao contrário das cenas intervalares nas quais ela aparece de preto. Esta escolha cromática para o seu vestuário não é sem um propósito, principalmente em dois momentos simbólicos do filme: no início, para apresentar a personagem, e no final, quando ela realiza a sua luta mais importante de combate ao mal. O vermelho simboliza vida, luta, caça e produz efeito psicológico de intimidação. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong><span style="font-size: large;">A narrativa</span></strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-0TtqROM2gBE/Tyf1sroVdLI/AAAAAAAABZw/mbvTmNWqnQE/s1600/Elektra4.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><span style="font-size: large;"><img border="0" height="200" sda="true" src="http://4.bp.blogspot.com/-0TtqROM2gBE/Tyf1sroVdLI/AAAAAAAABZw/mbvTmNWqnQE/s200/Elektra4.jpg" width="200" /></span></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A narrativa começa com o conhecido “era uma vez”, endossando a referência espaço-temporal sem uma <em>origem</em> marcada. Esta fórmula temporal, muito conhecida por todos das narrativas populares e que fazem parte também das narrativas infantis, torna a ação uma experiência ancestral com a qual o leitor/espectador contemporâneo é convidado a filiar-se, facilitando a sua transposição para um outro tempo e lugar, mas que ao mesmo tempo o faz redefinir a sua realidade, imbricando as ações ficcionalizadas com as experiências cotidianas. É neste momento da narrativa fílmica que o narrador apresenta ao espectador as forças que estarão em conflito – bem x mal – buscando mostrar ao leitor o caráter universal e moral desta polaridade maniqueísta, embora a própria personagem carregue essa dubiedade, uma vez que ela é a heroína que mata por vingança, sentimento pouco nobre dentro da convenção do heroi. </span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">No início do filme, as mortes decorrem de uma razão pessoal, que é mostrada como algo negativo, porque atribui-se os gestos da heroína à vingança, mas esta visão é transformada quando deslocada para uma razão coletiva, positiva, porque baseada em justiça. Na linguagem visual, isso fica muito perceptível pela atuação da proagonista, quando ela age por interesse particular, está tensa, séria, agressiva, mas quando ela passa a agir de forma que evoque no espectador uma aceitação às suas mortes, ela aparece mais leve, já sorri. </span><span style="font-size: large;"><br /></span><br />
<span style="font-size: large;">A voz narrativa masculina menciona, no desenrolar da história, que o guerreiro que estabeleceria a vitória do bem seria uma mulher sem mãe, órfã. A morte das mães pode estar associada ao poder da gestação e menos da fecundação, já que a ênfase está na condição de gerir. Daí a razão das duas mães serem mortas pelo grupo oponente. Esta leitura, no entanto, pode ter outra conotação: a de que caberia à mulher resolver os problemas do mundo através da “pureza da alma”, algo que não fica muito evidente nos filme do mesmo gênero quando protagonizados pelos homens. Em O Demolidor, por exemplo, no qual Elektra aparece, os dois são treinados por ninjas e desenvolvem poderes sensoriais, mas em Elektra, ao colocá-la contracenando com uma criança, contribui para a atualização de uma formação discursiva pautada na maternidade, já que a estrutura, o fio condutor da ação está na relação mãe-filha já inserida na narrativa pelas memórias de Elektra. Assim, mãe-Elektra(filha)/Elektra (“mãe”) - Abby (filha) expõe um jogo em que a lacuna marcada pela orfandade irá conduzir as ações das personagens femininas, já que a mãe de Abby morreu, ficando um espaço que Elektra passa a ocupar ainda que momentaneamente. Diferentemente de Elektra, Abby, a menina que ela passa a defender, tem pai. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O final é interessante porque a triangulação formada pelo núcleo familiar está prestes a ser materializada, mas já foi formada antes por outras associações, e talvez o espectador espere que Elektra passe a ocupar o espaço da mãe, até porque já havia uma insinuação de romance entre Elektra e Mark, pai de Abby, ajudando, com isso, a reforçar a expectativa da formação de uma família nuclear. Contudo, isto não ocorre. Abby pergunta se Elektra voltará a vê-la e Elektra responde com uma possibilidade. A heroína segue sozinha e com a certeza de um dever cumprido. </span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Esta forma de manipular com a expectativa pode ser interessante do ponto de vista recepcional, para percebermos o quanto o espectador está imbuído de um imaginário que pode ser frustrado ou não, em que uma mulher, jovem, bonita (nos padrões midiáticos) abre mão de uma vida familiar para seguir sozinha as suas façanhas pelo mundo afora. Em um mundo em que as mulheres são empurradas discursivamente para uma inevitável forma de viver em par, as mulheres sem par, as <em>odd women</em>, aparecem como seres estranhos. Elektra aparece assim como uma resposta positiva a muitas mulheres que optaram por viver sozinhas. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Ficha Técnica</span><br />
<span style="font-size: large;">título original:Elektra</span><br />
<span style="font-size: large;">gênero:Aventura</span><br />
<span style="font-size: large;">duração:1 hr 37 min</span><br />
<span style="font-size: large;">ano de lançamento: 2005</span><br />
<span style="font-size: large;">site oficial: </span><a href="http://www.elektramovie.com/"><span style="font-size: large;">http://www.elektramovie.com/</span></a><br />
<span style="font-size: large;">estúdio: 20th Century Fox / Marvel Entertainment / New Regency Pictures / Horseshoe Bay Productions</span><br />
<span style="font-size: large;">distribuidora: 20th Century Fox Film Corporation</span><br />
<span style="font-size: large;">direção: Rob Bowman</span><br />
<span style="font-size: large;">roteiro: Raven Metzner, Zak Penn e Stu Zicherman, baseado em estória de Zak Penn e na personagem criada por Frank Miller</span><br />
<span style="font-size: large;">produção: Avi Arad, Gary Foster e Mark Steven Johnson</span><br />
<span style="font-size: large;">música: Christophe Beck</span><br />
<span style="font-size: large;">fotografia: Bill Roe</span><br />
<span style="font-size: large;">direção de arte: Eric Norlin</span><br />
<strong><span style="font-size: large;">figurino: Lisa Tomczeszyn</span></strong><br />
<span style="font-size: large;">edição: Kevin Stitt</span><br />
<span style="font-size: large;">efeitos especiais:Schminken Studio Inc. </span></div>Lúcia Leirohttp://www.blogger.com/profile/16329739907951169909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4571459224880034712.post-12041905341156568042012-01-07T19:58:00.005-02:002012-01-07T20:05:15.352-02:00FILMES NACIONAIS EM 2012<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Durante o ano de 2011, sete longas-metragens foram exibidos nos cinema brasileiros:</span></div>
<br />
<span style="color: blue; font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><em>De Pernas pro Ar (3,5 milhões), Cilada.com (2,9 milhões)</em></span><br />
<span style="color: blue; font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><em>Bruna Surfistinha (2,1 milhões), </em></span><br />
<span style="color: blue; font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><em>Assalto ao Banco Central (1,9 milhão),</em></span><br />
<span style="color: blue; font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><em>O Palhaço (1,4 milhão), </em></span><br />
<span style="color: blue; font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><em>O Homem do Futuro (1,2 milhão)</em></span><br />
<span style="color: blue; font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><em>Qualquer Gato Vira-lata (1,1 milhão).</em></span><br />
<br />
<div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
</font><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span> </font><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Em 2012, serão lançados 25 longas brasileiros com datas já definidas de estreia. Isto sem contar com F</span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">aroeste Caboclo, Febre do Rato e O Abismo Prateado que </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">ainda não têm data de lançamento estabelecido. </span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Vejam os filmes de 2012:</span><br />
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><em><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: blue;"><span style="font-size: large;">06/01 - As Aventuras de Agamenon, o Repórter, de Victor Lopes</span> </span></span></em><br />
<em><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: blue;"><span style="font-size: large;">20/01 - 2 Coelhos, de Afonso Poyart</span> </span></span></em><br />
<em><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: blue;"><span style="font-size: large;">20/01 - A Música Segundo Tom Jobim, de Dora Jobim</span> </span></span></em><br />
<em><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: blue;"><span style="font-size: large;">03/02 - Mãe e Filha, de Petrus Cariry</span> </span></span></em><br />
<em><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: magenta;"><span style="font-size: large;">17/02 - Hotxuá, de Letícia Sabatella</span> </span></span></em><br />
<span style="color: blue;"><em><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">17/02 - Reis e Ratos, de Mauro Lima</span> </span></em><em><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Março - A Hora e a Vez de Augusto Matraga, de Vinícius Coimbra</span> </span></em></span><br />
<em><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: blue;"><span style="font-size: large;">02/03 - Billi Pig, de José Eduardo Belmonte</span> </span></span></em><br />
<em><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: blue;"><span style="font-size: large;">09/03 - Eu Receberia as Piores Notícias de seus Lindos Lábios, de Beto Brant </span><span style="font-size: large;">e Renato Ciasca</span> </span></span></em><br />
<em><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: blue;"><span style="font-size: large;">09/03 - A Novela das Oito, de Odilon Rocha</span> </span></span></em><br />
<em><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: blue;"><span style="font-size: large;">16/03 - Heleno, de José Henrique Fonseca</span> </span></span></em><br />
<em><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: blue;"><span style="font-size: large;">23/03 - Giovanni Improtta, de José Wilker</span> </span></span></em><br />
<em><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: blue;"><span style="font-size: large;">23/03 - Raul - O Início, o Fim e o Meio, de Walter Carvalho</span> </span></span></em><br />
<em><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: blue;"><span style="font-size: large;">30/03 - Traço Concreto, de Danilo Pschera e Eduardo Baggio</span> </span></span></em><br />
<em><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: blue;"><span style="font-size: large;">06/04 - Xingu, de Cao Hamburger</span> </span></span></em><br />
<em><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: blue;"><span style="font-size: large;">13/04 - Nervo Craniano Zero, de Paulo Biscaia Filho</span> </span></span></em><br />
<em><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: blue;"><span style="font-size: large;">13/04 - Onde a Coruja Dorme, de Márcia Derraik e Simplício Neto</span> </span></span></em><br />
<em><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: blue;"><span style="font-size: large;">27/04 - Corações Sujos, de Vicente Amorim</span> </span></span></em><br />
<em><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: blue;"><span style="font-size: large;">27/04 - Paraísos Artificiais, de Marcos Prado</span> </span></span></em><br />
<em><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: blue;"><span style="font-size: large;">18/05 - À Beira do Caminho, de Breno Silveira</span> </span></span></em><br />
<em><span style="color: blue; font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;">08/06 - On the Road, de Walter Salles</span></em><br />
<em><span style="color: blue; font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;">29/06 - E Aí, Comeu?, de Felipe Joffily</span></em><br />
<span style="color: blue;"><em><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">1</span></span></em><em><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">3/07 - Totalmente Inocentes, de Rodrigo Bittencourt</span> </span></em></span><br />
<em><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: blue;"><span style="font-size: large;">20/07 - Somos Tão Jovens, de Antônio Carlos de Fontoura</span> </span></span></em><br />
<span style="color: blue; font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><em>05/10 - Casais Inteligentes Enriquecem Juntos, de Roberto Santucci</em></span><br />
<br />
<span style="color: red; font-family: Arial; font-size: large;">Dos 25, apenas um (!) está sendo dirigido por uma mulher.</span><br />
<div>
</div>
Lúcia Leirohttp://www.blogger.com/profile/16329739907951169909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4571459224880034712.post-50439402264298775932011-12-31T17:36:00.003-02:002012-02-03T11:53:17.245-02:00O ÚLTIMO FILME DO ANO<div style="text-align: justify;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-6pDwRUdUtAE/Tv9kJ7YkuAI/AAAAAAAABWc/nKmet97LMh8/s1600/adeusprimeiroamor.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" rea="true" src="http://4.bp.blogspot.com/-6pDwRUdUtAE/Tv9kJ7YkuAI/AAAAAAAABWc/nKmet97LMh8/s1600/adeusprimeiroamor.jpg" /></a><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O ano termina com 27 filmes em exibição na cidade de Salvador, sendo que destes apenas dois são dirigidos por diretoras. Coincidentemente os dois são de duas francesas. Trata-se de </span><b><span style="mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O Amor Não Tem Fim</span></b><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">, de Julie Gravas, e <span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span><b><span style="mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Adeus, meu primeiro amor</span></b><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">, de Mia Hansen-Love, que entrou em circuito nesta semana. Para aumentar mais ainda as coincidências, ambos estão no circuito de arte, no cine vivo, e ambos são exibidos no mesmo horário, com uma diferença de 30 minutos. Os dois são do gênero drama. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-gKNiSWeqYrE/Tv9kUDBDaII/AAAAAAAABWo/y24_m6VMWcI/s1600/latebloomers.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><img border="0" rea="true" src="http://4.bp.blogspot.com/-gKNiSWeqYrE/Tv9kUDBDaII/AAAAAAAABWo/y24_m6VMWcI/s1600/latebloomers.jpg" /></span></a><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Curiosamente, compete à tradução cravar uma contradição entre os dois. Um deles anuncia a eternidade do amor, enquanto o outro mostra a sua finitude. A antítese se mostra internamente no confronto entre a ideia de eternidade ligada a um casal de velhos e o de finitude associada a um casal de jovens.</span><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /><span style="font-family: Verdana, sans-serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O amor muda de acordo com a idade? A idade define a face do amor? O amor existe? O que é o amor?</span></div>Lúcia Leirohttp://www.blogger.com/profile/16329739907951169909noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4571459224880034712.post-61508040101931025092011-12-30T22:11:00.005-02:002011-12-30T22:26:45.146-02:00Retrospectiva 2011<div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">É de praxe no final do ano fazermos balanços e como não poderia deixar de ser, aqui estou para falar um pouco da minha relação com o cinema em 2011. As salas de projeção têm me afastado dos cinemas: crianças de colo aos choros, adolescentes com seus celulares ligados, atraso no início da sessão, pipoca caríssima, entre outras coisas. Tenho preferido aguardar os lançamentos em DVD que, por sinal, não demoram mais como antes.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Os filmes dirigidos por mulheres continuam sendo raros nas nossas salas de exibição, mas assisti a um que salvou a lavoura: <strong>O Amor não Tem Fim</strong>, da diretora Julie Gravas, já comentado neste blog. Além deste, pude ver e rever algumas pérolas, sendo que uma de um tempo distante e outra de um tempo mais recente: <strong>Doces Poderes </strong>(1997), de Lúcia Murat, e <strong>Desenrola</strong> (2010), de Roseane Svartman, respectivamente. Em uma zona mais intermediária, assisti <strong>Celeste e Estrela</strong> (2005) de Betse de Paula. </span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Tive o prazer em rever <strong>Yentl</strong> (1983), de Barbra Streisand, e ver finalmente <strong>Hotel Atlântico</strong> (2009) de Suzana Amaral; <strong>Amélia</strong> (2001), de Ana Carolina; <strong>Brava Gente Brasileira</strong> (2000) Lúcia Murat; <strong>Mar de Rosas</strong> (1991), de Ana Carolina e o francês <strong>A Culpa é do Fidel</strong> (2006), de Julie Gravas. Como podem ver, foram filmes de diferentes procedências e de anos distintos. </span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Espero que em 2012, entidades públicas e privadas invistam mais no cinema brasileiro e aumentem os finaciamentos para a produção de filmes para que as mulheres possam inscrever mais realizações nas páginas da história do cinema brasileiro. </span></div>Lúcia Leirohttp://www.blogger.com/profile/16329739907951169909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4571459224880034712.post-38830111472335932652011-12-30T14:02:00.005-02:002011-12-30T14:21:47.596-02:00REBECA<div style="text-align: justify;"><div style="text-align: center;"><span style="font-size: large;"><em>Rebeca: do hebraico, a que provoca a união, a que liga ou conecta todo mundo</em></span></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><span style="font-size: large;">O nome não poderia ser mais feminino, marcante e significativo. <strong>Rebeca</strong> é um nome de mulher, mas é também a forma abreviada da <strong>RE</strong>vista <strong>B</strong>rasileira de <strong>E</strong>studos de <strong>C</strong>inema e <strong>A</strong>udiovisual da Socine - Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual - lançada recentemente pela entidade que nos brinda com mais esse espaço de interlocução. É uma publicação semestral com fluxo contínuo que pretende divulgar os trabalhos de pesquisadores sobre cinema e audiovisual. São ao todo quatro seções:</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"></span><br />
<blockquote class="tr_bq"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><strong>Artigos de Temáticas Livres</strong> – seção que reúne artigos de temática livre que não se incluam na temática do Dossiê; </span></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><strong>Entrevistas</strong> – outro espaço especial de cada edição, trazendo entrevistas com autores, pesquisadores, realizadores, roteiristas, artistas e personalidades da área de fotografia, som e montagem;</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><strong>Resenhas e Traduções</strong> - seção reservada à publicação de resenhas de livros e outras publicações da área, filmes ou filmografias, ampliando para obras audiovisuais de outros formatos como televisão, sites e/ou novas mídias e/ou eventos, além da tradução de artigo significativo já publicado, mas inédito no Brasil; </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><strong>Fora de Quadro</strong> - seção livre voltada para a publicação de trabalhos com forma de expressão e formato livres. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div></blockquote></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Rebeca aparece com uma proposta muito rica de unir, conectar, ligar pesquisadores(as) de diferentes instituições e pesquisas por meio de diferentes gêneros textuais </span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Bem-vinda, Rebeca!</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Maiores informações: </span><a href="http://socine.org.br/rebeca/index.asp"><span style="font-size: large;">http://socine.org.br/rebeca/index.asp</span></a><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Fonte: </span><a href="http://www.socine.org.br/rebeca/"><span style="font-size: large;">http://www.socine.org.br/rebeca/</span></a></div>Lúcia Leirohttp://www.blogger.com/profile/16329739907951169909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4571459224880034712.post-69579592870269365652011-12-29T19:50:00.005-02:002011-12-30T12:21:03.181-02:00Yentl, analisando a estrutura e o conteúdo<div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">A breve reflexão abaixo foi feita a partir da leitura do livro <strong>Como se Aprimora um Bom Roteiro,</strong> escrito por Linda Seger e publicado pela Bossa Nova.</span></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-x-di9OxQbnU/TvzhIWrtTMI/AAAAAAAABWQ/Z_beU43m5ok/s1600/tabela-yentl.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="280" rea="true" src="http://1.bp.blogspot.com/-x-di9OxQbnU/TvzhIWrtTMI/AAAAAAAABWQ/Z_beU43m5ok/s640/tabela-yentl.png" width="640" /></a></div><br />
<br />
<div style="text-align: right;"></div> <br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-fF9bO4TW2-4/TvzdykMOHSI/AAAAAAAABU8/R6sRPtceDtc/s1600/yentl-anshel.png" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="144" rea="true" src="http://4.bp.blogspot.com/-fF9bO4TW2-4/TvzdykMOHSI/AAAAAAAABU8/R6sRPtceDtc/s320/yentl-anshel.png" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Barbra Streisand como Yentl e Anshel</td></tr>
</tbody></table><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Se tomarmos como base o quadro acima, organizado em oito partes: <strong>o elemento catalisador, imagem inicial, apresentação, ponto de virada 1, conflito, ponto de virada 2 e clímax,</strong> podemos ter uma visão da lógica interna, estrutural, que revela a costura feita pela roteirista e diretora a fim de introduzir uma questão feminista no filme Yentl. Neste caso, identificar o <strong>elemento catalisador</strong> ajuda o espectador a observar uma ação importante no começo do filme que motiva a protagonista, neste caso Yentil, a responder às regras sociais, enquadrando-se nela ou subvertendo a elas. O fato de a protagonista ter sido proibida de ler os livros destinados aos homens, a faz indignar-se e questionar-se sobre as limitações impostas ao seu sexo, possível porque ela tinha sido iniciada em casa por seu pai nos estudos das escrituras. O que nos leva a pensar sobre o papel fundamental de um mediador ou mediadora na formação dos jovens, na mudança de visão desses jovens. </span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-XlF1tNuj2-g/TvzeCI7UZBI/AAAAAAAABVI/tRtvm-32FzI/s1600/yentl-rapazes.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="193" rea="true" src="http://1.bp.blogspot.com/-XlF1tNuj2-g/TvzeCI7UZBI/AAAAAAAABVI/tRtvm-32FzI/s320/yentl-rapazes.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Anshel/Yentl com Avigdor e outros estudantes</td></tr>
</tbody></table><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="font-size: large;">O <strong>elemento catalisador</strong> pode ser identificado como a primeira ação visível ao espectador que revela um traço da personalidade da personagem ou ainda a sua visão da ordem das coisas. Em relação ao filme, fica evidente que Yentl não se enquadra às regras sociais vigentes em sua época: as mulheres não poderiam estudar, ler livros que desestabilizassem a ordem social. </span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Esta ideia é anunciada na <strong>imagem inicial</strong>, quando os livros aparecem vistos de cima para baixo, mostrando o quão importante eles eram para aquela comunidade, já que chegava com esforço para suprir uma necessidade na formação de homens e mulheres, mas que já vinham separados por gênero: para eles os assuntos que exercitavam a lógica, o raciocínio, o pensamento, enquanto que para elas os romances, os assuntos de amor. A imagem inicial e o elemento catalisador formam sentidos que se fortalecem, convergindo-os devido a manipulação da linguagem cinematográfica, mais especificamente os planos, os ângulos, o movimento de câmera e, além de tudo, o processo de montagem. O espectador é induzido a perceber que a narrativa se desenvolverá a partir do esforço da protagonista em apropriar-se dos livros proibidos e partir em busca do conhecimento. Isso nos leva para a <strong>questão central</strong>: será que ela conseguirá subverter a ordem social? </span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">As respostas serão dadas durante a <strong>apresentação</strong>, os <strong>pontos de virada</strong>, os <strong>conflitos</strong> e o <strong>clímax</strong>. Na <strong>apresentação</strong>, temos conhecimento de que Yentl é uma jovem, filha única (seu irmão faleceu), órfã de mãe, e que cuida de seu pai enfermo, de quem recebe os ensinamentos da Torá e do Talmude. Com a morte do pai, Yentl sai de sua cidade com o objetivo de continuar os estudos, mas sabe que como mulher será impossível, por isso se veste de homem, Anshel, para ser aceita em uma yeshiva. Com esta apresentação, o espectador entra em contato com a cultura patriarcal na qual a protagonista foi educada e começa a criar uma expectativa sobre a questão que se impôs: <em>ela conseguirá ou não continuar os seus estudos? </em></span></div><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-KU-3lemjz8Q/TvzeqyYsMhI/AAAAAAAABVg/E69FnMyuE1g/s1600/yentl-livro.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" rea="true" src="http://4.bp.blogspot.com/-KU-3lemjz8Q/TvzeqyYsMhI/AAAAAAAABVg/E69FnMyuE1g/s320/yentl-livro.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Yentl</td></tr>
</tbody></table><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Porém, no <strong>primeiro ponto de virada </strong>o seu objetivo é ameaçado, pois conhece Avigdor, um judeu ortodoxo e bem conceituado na yeshiva. Ele sugere que Anshel/Yentl estude nela e o/a leva para submeter-se a uma entrevista com um rabino que a aceita e indica Avigdor para ser seu orientador. Anshel/Yentl e Avigdor passam a estudar juntos e a dividirem o mesmo espaço domiciliar. Este aspecto vai provocar no espectador uma série de reações e questionamentos: <em>será que ela vai desistir de tudo e se casar com ele? Será que ela irá renunciar ao seu sentimento e seguir os seus estudos ou será que ela continuará os estudos casada com Avigdor?</em> O <strong>conflito</strong> se instaura.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">No início do século XX, as mulheres tinham um espaço de circulação mais restrito devido aos papéis de esposa e mãe já cristalizados como valor pela sociedade. As mulheres daquele tempo que questionavam a sua condição eram execradas e tinham que viver isoladas, nas bordas da sociedade, com muitas dificuldades de sobrevivência. A conciliação entre os objetivos intelectuais com os matrimoniais dentro de uma cultura religiosa alicerçada nos valores patriarcais era impensável para a mulher.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A <strong>segunda virada</strong> deflagra o clímax, pois consciente da impossibilidade de realizar todos os seus desejos, Yentl opta por continuar os seus estudos, abrindo mão de uma realização amorosa que, embora fosse importante, não era o seu objetivo maior. Esta escolha culmina com a cena em que ela está em um navio partindo para um lugar (suponho Estados Unidos) onde as mulheres podiam ser aceitas nas yeshivas. </span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-k7xE6BNA2eQ/TvzgOBtUbkI/AAAAAAAABWE/nCk1Xm09rpY/s1600/yentl-avigdor.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="215" rea="true" src="http://1.bp.blogspot.com/-k7xE6BNA2eQ/TvzgOBtUbkI/AAAAAAAABWE/nCk1Xm09rpY/s320/yentl-avigdor.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Anshel/Yentl e Avigdor</td></tr>
</tbody></table><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Enfim, com estes elementos do roteiro fílmico podemos, através da análise estrutural, ver os sentidos se construindo, revelando um filme feminista centrado em uma protagonista que prima por sua liberdade (e a do outro), busca ultrapassar as barreiras culturais e faz escolhas e se </span><span style="font-size: large;">responsabilizando por elas. </span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Um filme feminista e existencialista, sem dúvida, que nos faz pensar nas condições atuais das mulheres neste início do século XXI: <em>as mulheres conseguem conciliar as atividades intelectuais com as tarefas domésticas? Do que as mulheres abrem mão quando se dedicam profundamente aos estudos? Por que é mais difícil aceitar que uma mulher apenas estude ao contrário daquela que apenas se dedica à casa? Que tipo de poder está em jogo?</em></span></div>Lúcia Leirohttp://www.blogger.com/profile/16329739907951169909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4571459224880034712.post-36501056463506375982011-12-28T21:59:00.011-02:002011-12-29T18:24:03.201-02:00Yentl, 1983, Barbra Streisand <br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-a1zZ5mEOstw/Tvuqp0VkRoI/AAAAAAAABTE/h9UP5j4vHUw/s1600/yentl2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="200" rea="true" src="http://4.bp.blogspot.com/-a1zZ5mEOstw/Tvuqp0VkRoI/AAAAAAAABTE/h9UP5j4vHUw/s200/yentl2.jpg" width="157" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Barbra Streisand na direção, <br />
vestida de Yentl. </td></tr>
</tbody></table><div style="text-align: center;"> <span style="font-size: large;"><strong>I stepped outside and looked around. </strong></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: large;"><strong></strong></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: large;"><strong>I never dreamed it was so wide.</strong></span></div><div style="text-align: center;"><span style="color: lime; font-size: large;"><strong>Eu pisei fora e olhei ao redor.</strong></span></div><div style="text-align: center;"><span style="color: lime; font-size: large;"><strong>Eu nunca sonhei que era tão amplo</strong></span></div><br />
<div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Religião, Cultura, Patriarcado. Estas três palavras poderiam sintetizar o filme produzido, roteirizado, dirigido e protagonizado por Barbra Streisand. Uma façanha rara no cinema, talvez única, em que uma mulher esteve à frente de quatro etapas e espaços diferentes da produção de um filme. </span></div><span style="font-size: large;"></span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-5--NP6HGg_4/TvurEu7MGxI/AAAAAAAABTQ/fAXk-XaYgt4/s1600/Yentl_1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="137" rea="true" src="http://4.bp.blogspot.com/-5--NP6HGg_4/TvurEu7MGxI/AAAAAAAABTQ/fAXk-XaYgt4/s200/Yentl_1.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Streisand vestida de Anshel, portanto um homem, <br />
a fim de poder estudar a Lei.</td></tr>
</tbody></table><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Lançado nos anos 80, mais precisamente em 1983, Yentl foi um filme ousado e desafiador, pois narra a história de uma mulher que desafia a lei judaica interpretando os livros sagrados. </span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Com imensa vontade de estudar, ser uma intelectual, Yentl teve problemas com a cultura patriarcal, pois apenas aos homens eram fraqueados os estudos da Torah e do Talmude, cabendo às mulheres buscar o casamento, procriar e cuidar do marido e da casa. A palavra Yentl é de origem israelita significa terna, gentil o que corresponde aos atributos da protagonista, embora apresentasse personalidade forte, determinada e inquiridora. </span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> <br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-7ZoTwhsFrDo/TvurMXd3MhI/AAAAAAAABTc/mbIUFIP79H4/s1600/yentl.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="118" rea="true" src="http://3.bp.blogspot.com/-7ZoTwhsFrDo/TvurMXd3MhI/AAAAAAAABTc/mbIUFIP79H4/s200/yentl.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Decidida a estudar, ela se veste de homem<br />
e se divide em dois: Yentl e Anshel.</td></tr>
</tbody></table><span style="font-size: large;">Yentl é uma jovem ávida por conhecimento. Após a morte do pai, o seu primeiro professor, foge para outra cidade vestida de homem, Anshel, já que seria impossível morar sozinha em sua cidade sem que um homem a "protegesse". Pensando nisso, escapa assumindo uma nova identidade que pudesse facilitar o seu acesso ao conhecimento da cultura judaica, ou seja, a uma Yeshiva. O seu percurso torna-se mais difícil quando se apaixona pelo seu orientador nos estudos, um dos melhores, o único capaz de acompanhar o nível de conhecimento que Yentl acumulara quando estudava com seu pai. </span></div> <br />
<div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Embora o ano de publicação do filme seja 1983, o filme se passa no início do século XX e corresponde a um olhar restrospectivo, histórico de uma artista que viveu a juventude nos anos 60, em uma grande cidade como Nova Iorque, o que certamente lhe favoreceu o contato com ideias do feminismo, evento que denunciava os esquemas sociais que subordinavam a mulher à completa ignorância em relação ao homem que, por sua vez, detinha o conhecimento e o controle da mulher. O assunto é atualíssimo porque traz para o centro das discussões o papel da mulher nas religiões judaico-cristãs cuja base é patriarcal. As questões de Yentl podem ser observadas a partir da trilha sonora:</span></div><span style="font-size: large;"></span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-wMyJHXgkK98/TvurTzFc-wI/AAAAAAAABTo/N_-t-E9YMH8/s1600/yentl3.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="151" rea="true" src="http://2.bp.blogspot.com/-wMyJHXgkK98/TvurTzFc-wI/AAAAAAAABTo/N_-t-E9YMH8/s200/yentl3.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Aceita com distinção pelo Rabino<br />
começa a estudar a Lei.</td></tr>
</tbody></table> <br />
<div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><strong>What's wrong with wanting more? </strong></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: lime; font-size: large;"><strong>(O que há de errado em querer mais?)</strong></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><strong>If you can fly - then soar! </strong></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: lime; font-size: large;"><strong>(Se você pode voar – então se eleve nos ares)</strong></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><strong>With all there is - why settle for </strong></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: lime; font-size: large;"><strong>(Com tudo o que há - por que se contentar </strong></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><strong>just a piece of sky? </strong></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: lime; font-size: large;"><strong>(com apenas um pedaço de céu?)</strong></span></div><div style="text-align: justify;"><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-qKhtOIwYLH0/TvuraAzcjKI/AAAAAAAABT0/AIAOyffl3Rg/s1600/yentl620.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="133" rea="true" src="http://3.bp.blogspot.com/-qKhtOIwYLH0/TvuraAzcjKI/AAAAAAAABT0/AIAOyffl3Rg/s200/yentl620.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Casa-se para aproximar a esposa do amigo por quem<br />
Yentl é apaixonada.</td></tr>
</tbody></table><span style="font-size: large;">Esta busca em ultrapassar os limites, desafiando o código vigente, pode ser verificada em diferentes formas de expressão artística: no cinema, a exemplo de Barbra Streisand com Yentl e Callie Khouri com Thelma e Louise, e na literatura, a exemplo das brasileiras: Lya Luft em Retrato de Família; Sonia Coutinho em O Jogo de Ifá e Helena Parente Cunha com Mulher no Espelho. Em todas as ocorrências, as mulheres estavam na maturidade, mais precisamente com 40 anos, Barbra Streisand tinha 41 anos quando lançou Yentl. Esta incidência me faz inferir que se trata de uma fase dramática para mulher porque já afastada dos apelos da juventude que a absorvem e atrelam a um esquema que a infantiliza, domestica e frivoliza. </span> <br />
<span style="font-size: large;"></span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-SCffk0BGSy8/TvurrZCs7PI/AAAAAAAABUA/PEqQn0sFiHY/s1600/yentl-poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="112" rea="true" src="http://2.bp.blogspot.com/-SCffk0BGSy8/TvurrZCs7PI/AAAAAAAABUA/PEqQn0sFiHY/s200/yentl-poster.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">No lugarejo onde morava os livros<br />
chegavam numa carroça separados em leitura<br />
para homens e mulheres. Eles liam a Lei e as mulheres<br />
os romances. </td></tr>
</tbody></table> <br />
<div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Yentl é um filme visivelmente feminista, diria um clássico do cinema feminista, que deve ser visto sempre, pois mostra como a liberdade é um bem precioso e que o destino é construído pela própria mulher, capaz, portanto, de modificá-lo a qualquer momento. </span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">É importante dizer que a história de Yentl traz elementos autobiográficos da diretora, já que Streisand tem ascendência judaica e estudou em uma escola judaica ortodoxa de meninas - <span style="font-size: small;"><span style="font-size: large;">B<span class="encyclopedia_smallcaps">ais</span><span style="font-style: normal; font-variant: normal; text-transform: none;"> </span><span class="encyclopedia_smallcaps">Ya’akov</span></span><span style="font-style: normal; font-variant: normal; text-transform: none;"> -</span></span> na qual as mulheres aprendiam a interpretar as escrituras (Talmude e Torah) - o que lhes era proibido - e mesmo a ter uma profissão. Os estudos acadêmicos eram vedados. O fato de permitirem que as mulheres estudassem as escrituras nos EUA foi mais por razões econômicas e culturais, já que a intenção era a de que elas sustentassem as famílias, já que os homens tinham ido para a guerra, e a manterem-se fiéis à tradição judaica diante dos apelos culturais de outras tendências religiosas e representativas dos EUA. Inevitavelmente, o feminismo se desenvolveu neste ambiente de formação intelectual das jovens que questionavam o seu lugar no mundo, na medida em que os estudos das escrituras colocavam no centro das discussões aspectos filosóficos, ontológicos que levariam as mulheres a se perguntarem sobre a sua condição. Streisand vem desse legado cultural e por isso pode inscrever em seu filme uma protagonista que parte em busca da liberdade, colocando o desejo pelo conhecimento acima de qualquer outro desejo seu. </span><br />
<br />
<span style="background-color: blue; color: yellow; font-size: large;">Ficha Técnica</span><br />
<span style="color: yellow;"><br />
<span style="background-color: blue; font-size: large;"></span></span><br />
<span style="background-color: blue; color: yellow; font-size: large;">título original:Yentl</span><br />
<span style="background-color: blue; color: yellow; font-size: large;">gênero:Musical</span><br />
<span style="background-color: blue; color: yellow; font-size: large;">duração:2 hr 14 min</span><br />
<span style="background-color: blue; color: yellow; font-size: large;">ano de lançamento: 1983</span><br />
<span style="background-color: blue; color: yellow; font-size: large;">site oficial: </span><br />
<span style="background-color: blue; color: yellow; font-size: large;">estúdio: MGM</span><br />
<span style="background-color: blue; color: yellow; font-size: large;">distribuidora: MGM</span><br />
<span style="background-color: blue; color: yellow; font-size: large;">direção: Barbra Streisand</span><br />
<span style="background-color: blue; color: yellow; font-size: large;">roteiro: Jack Rosenthal e Barbra Streisand, baseado em livro de Isaac Bashevis Singer</span><br />
<span style="background-color: blue; color: yellow; font-size: large;">produção: Rusty Lemorande e Barbra Streisand</span><br />
<span style="background-color: blue; color: yellow; font-size: large;">música: Alan Bergman, Marilyn Bergman e Michel Legrand</span><br />
<span style="background-color: blue; color: yellow; font-size: large;">fotografia: David Watkin</span><br />
<span style="background-color: blue; color: yellow; font-size: large;">direção de arte: </span><br />
<span style="background-color: blue; color: yellow; font-size: large;">figurino: Judy Moorcroft</span><br />
<span style="background-color: blue; color: yellow; font-size: large;">edição: Terry Rawlings</span><br />
<span style="background-color: blue; color: yellow; font-size: large;">efeitos especiais: </span></div></div>Lúcia Leirohttp://www.blogger.com/profile/16329739907951169909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4571459224880034712.post-7659477330523494222011-12-22T01:59:00.001-02:002012-01-01T19:52:07.479-02:00Meu primeiro filme<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Quando fui ao cinema pela primeira vez tinha 08 anos. O filme era uma animação da Disney - Cinderela. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Eu não me lembro muito bem desta experiência, apenas me recordo de que era algo diferente das diversões costumeiras (subir em árvores, nadar na praia, empinar arraia, pescar siris, etc). Ia ver a história de uma menina criada por sua madrasta que muito a maltratava, assim com as suas filhas, e que um príncipe seria a solução dos problemas da jovem ultrajada, chamada de gata borralheira, uma mulher que andava suja de borralhos (cinzas) ou que representava a sujeira, a pobreza. Esta, por sua vez, seria superada por meio do casamento com o príncipe, afastando-se não apenas dos maltratos, mas da pobreza. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Outros filmes me impressionariam mais, porém projetados na televisão, a exemplo de Lessie, com Liz Taylor bem meninota. O sucesso do filme foi tamanho que ganhamos um collie e o chamamos de Apollo, sim, porque coincidiu com a época do projeto Apollo, nome dado ao foguete que levaria o homem para a Lua. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Depois disso, os filmes passaram a ser vistos na televisão, pois a ida ao cinema era muito desgastante em razão da distância. Assitimos muitos clássicos, já que naquele momento a televisão adquiria da indústria cinematográfica os direitos de exibição. Os filmes exibidos na sessão da tarde eram dos anos 40 e 50 e o mais curioso de tudo isso é que suspiramos enamoradamente pelos mesmos atores que minha mãe suspirava quando jovem, com a diferença de que, para nós, eles já estavam velhos ou mortos. </span></div>Lúcia Leirohttp://www.blogger.com/profile/16329739907951169909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4571459224880034712.post-57340560139396092672011-12-22T01:31:00.003-02:002011-12-28T23:09:25.232-02:00Meu tio me falou de cinema<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">A vida da gente daria um belo roteiro para um filme, por isso que a matéria-prima do roterista será sempre o cotidiano das pessoas.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia; font-size: large;">Era um domingo e estávamos visitando uma parente em um hospital e foi ali que começamos a falar de cinema. </span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia; font-size: large;">O meu tio tem aproximadamente 55 anos e foi criado na Roça da Sabina, bairro do Chame-Chame, Salvador. No dia que nos encontramos no hospital, conheci uma de suas faces e fiquei impressionada como ele foi formado pelo cinema: ele gosta mesmo é de faroeste e possui quase todos os filmes em casa. Soube da animação "Rango" por ele e logo fui adquirir uma cópia, já que venho estudando também os filmes de animação. </span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia; font-size: large;">Um dos momentos interessantes da nossa conversa aconteceu quando mencionei o filme "os brutos também amam" (Shane), protagonizado por Alan Ladd. Lembro-me de ter falado sobre a maneira pela qual a mulher tinha se apaixonado pelo protagonista, e do sofrimento dela quando ele partiu, no que ele me corrigiu dizendo que todos naquele filme, homens, mulheres e crianças, tinham sido de alguma forma tocados por Shane, se apaixonado por ele. Achei a intervenção do meu tio muito interessante, pois ele de fato tinha olhado o filme de uma forma diferente da minha.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia; font-size: large;">Outro momento interessante da nossa conversa foi quando ele me falou sobre a sua experiência no cinema, sobre a leitura do filme. Os filmes não eram dublados, mas legendados, e ele gostava de recontar o filme para os amigos. No entanto, as pessoas perguntavam na época como ele conseguia contar a história. Ele acabou revelando que nem se dava conta de que não contava os diálogos como apareciam no filme, mas inventava falas e as performatizava quando estava como os amigos. </span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia; font-size: large;">O cinema propiciou este encontro com a imaginação, com o reconto, enlaçando ideias, pensamentos, atitudes, valores. De fato, meu tio sempre foi um bom contador de histórias, mas não conhecia esta história da vida dele. </span></div>Lúcia Leirohttp://www.blogger.com/profile/16329739907951169909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4571459224880034712.post-67884249404608917372011-12-22T01:03:00.007-02:002011-12-22T01:06:25.697-02:00II CURSO CINEMA E MULHER<div style="text-align: center;"><span style="color: cyan; font-family: "Courier New", Courier, monospace; font-size: x-large;">O <strong>II Curso Cinema e Mulher</strong> entrou em recesso natalino, mas retomará as suas atividades em fevereiro, nos dias <strong>06 </strong>e<strong> 14, </strong>quando<strong> </strong>concluiremos o curso com um TCCEX. </span></div><div style="text-align: center;"><span style="color: cyan; font-family: Courier New; font-size: x-large;">Boas Festas!</span></div><div style="text-align: center;"><span style="color: cyan;"><br />
<span style="font-size: x-large;"></span></span></div><div style="text-align: center;"><span style="background-color: white; color: yellow; font-family: Courier New; font-size: x-large;"><strong><span style="background-color: black;">Se for dar um presente neste Natal, dê um DVD ou um livro</span><span style="background-color: black;">.</span></strong></span></div>Lúcia Leirohttp://www.blogger.com/profile/16329739907951169909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4571459224880034712.post-22743863423874266432011-12-22T00:54:00.001-02:002011-12-22T00:59:06.889-02:00Minha tia me falava de cinema<div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Eu tinha 18 anos quando a minha tia-avó me falou de um casal de atores de quem ela gostava muito. Provavelmente estávamos conversando sobre cinema, mas não me recordo exatamente o quê. Imagino que ela, uma doceira nascida em 1914, não tivesse ido muito ao cinema em Salvador, até porque pegar o bonde da linha 12 para ir ao centro deveria ser muito difícil, além de outras possíveis dificuldades. A periferia era periferia mesmo. Nelson Eddy e Janeth MacDonald eram dois artistas de Hollywood que atuaram juntos em muitos filmes nos anos 30, quanto a minha tia-avó era uma jovem de vinte e poucos anos e deveria ter se encantado com um dos filmes protagonizados pelos dois. </span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Um outro filme pelo qual ela tinha muito apreço era Dio, Come Ti Amo, sobretudo pela música interpretada por Gigliola Cinquetti. Certa vez, quando a minha tia-avó ainda era viva, visitei-a com um namorado e enquanto estávamos conversando no sofá (era assim que se namorava, pelo menos na presença dos pais ou familiares), ela se levantou da outra sala e quase imperceptivelmente pegou o LP e pôs na vitrola, saindo discretamente em seguida, sem sequer nos dirigir o olhar. Não estudou cinema, mas sabia que um fundo musical melódico podia reforçar qualquer cena idílica. </span></div>Lúcia Leirohttp://www.blogger.com/profile/16329739907951169909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4571459224880034712.post-6612401934234761642011-12-18T08:08:00.005-02:002011-12-18T09:25:29.899-02:00Amanhecer, Breaking Down<div style="text-align: justify;"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-Ud3RuicoyRE/Tu3CILp5SqI/AAAAAAAABSY/zlur4E7OHJg/s1600/250px-Breaking_Dawn_cover.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" oda="true" src="http://2.bp.blogspot.com/-Ud3RuicoyRE/Tu3CILp5SqI/AAAAAAAABSY/zlur4E7OHJg/s320/250px-Breaking_Dawn_cover.jpg" width="211" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">No filme, Bella e Edward jogam xadrez <br />
remetendo à capa do livro, um exemplo<br />
de Tie In. </td></tr>
</tbody></table><span style="font-size: large;">O filme que trata da primeira parte do último livro da escritora norte-americana Stephanie Meyer começa com o tão esperado e previsível casamento de Bella e Edward, para desgosto de Jacob, o lobo-amigo-de-infância que nutre um confuso amor pela protagonista. Confuso porque não se sabe se resultado de um <em>imprinting</em>, de uma amizade ameaçada com a aproximação do seu natural inimigo ou sentimento de propriedade fruto de uma competição com o vampiro. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Do ponto de visto ideológico, o filme destaca valores assegurados pelas instituições sociais: <strong>a família, a obediência</strong> (ao que é “certo”), o <strong>casamento</strong> e também deixa entrever que mesmo em caso de risco para a mãe, o feto deve ser considerado em primeiro lugar. As cenas são extremamente violentas porque mostram a protagonista magérrima que morre assim que dá a luz a uma criança. O aborto aparece como uma via impensável, mesmo que esteja destruindo a mãe, o que deixa claro a ideologia antiaborto do filme. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-TXtWY7ee_Ec/Tu3DaQSAAQI/AAAAAAAABSo/UiMKE9nwVY8/s1600/bella-doente.png" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="205" oda="true" src="http://2.bp.blogspot.com/-TXtWY7ee_Ec/Tu3DaQSAAQI/AAAAAAAABSo/UiMKE9nwVY8/s320/bella-doente.png" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mquiagem e recursos digitais<br />
deixaram a protagonista cadavérica.</td></tr>
</tbody></table><span style="font-size: large;">O filme também deixa muito claro que o aborto é uma decisão da mãe, incluindo a concepção. Durante a lua-de-mel, Edward parece não querer ter relações sexuais com Bella, temeroso com o que possa lhe acontecer, ao passo que Bella insiste. Este evento contribui para o sentido de que se ela engravidou foi em razão de sua impetuosidade humana, o que reforça a ideia machista de que é a mulher que seduz o homem e por conta disso todas as consequências devem ser atribuídas a ela. Edward deixa transparecer isso em uma de suas falas quando lembra a Bella de que eles seriam apenas um casal. Assim, a decisão pela concepção e continuidade ou não da perigosa gestação incide sobre a mulher, como se apenas ela participasse de todo o processo, deixando a difícil escolha para ela. Mesmo que seja uma opção difícil, não podemos deixar de notar no filme um discurso de que se as mulheres abortam ou não é em função de suas escolhas, o que não é totalmente verdade, já que no processo dessa escolha existem práticas discursivas que orientam a decisão, deixando entrever que para além das subjetividades, existem outras regulações simbólicas (leis, discursos punitivos e condenatórios, premiações, etc) que influenciam a atitude responsiva da mulher. O <em>mito sacrifical materno</em> aparece no filme para nutrir e orientar as espectadoras. </span><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">O filme termina de uma forma que nos remete a Avatar. Neste filme, quando a câmera em plano de detalhe se aproxima do rosto do protagonista, Jake Sulle, na direção dos seus olhos, eles se abrem subitamente para mostrar ao espectador que o personagem está vivo não mais como terráqueo, mas como ser de Pandora. Em Amanhecer, a mesma coisa acontece, sendo que para mostrar que Bella tinha passado para outra forma de vida, seus olhos não apenas se abrem, mas mostram as pupilas avermelhadas, como as de um vampiro. </span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-PhtyiJc4nVM/Tu3Hswu0KYI/AAAAAAAABS4/Nfcc-JYASk8/s1600/bella-magra.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="176" oda="true" src="http://4.bp.blogspot.com/-PhtyiJc4nVM/Tu3Hswu0KYI/AAAAAAAABS4/Nfcc-JYASk8/s320/bella-magra.jpg" width="320" /></a></div><span style="font-size: large;">Cabe nesta metáfora a ideia da passagem de uma vida para outra e que essa transposição depende da escolha de cada um. Uma vida seria a humana, da qual Bella abre mão para unir-se, em uma outra forma de existência, a Edward, o que nos remete à crença de uma vida após a morte. Tornar-se vampiro significa viver para sempre, adquirir imortalidade. De onde ecoam essas ideias. Vocês já ouviram isso antes?</span></div>Lúcia Leirohttp://www.blogger.com/profile/16329739907951169909noreply@blogger.com0